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Mostrando postagens de 2023

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  Este é meu post de despedida deste blog. Depois de pensar por alguns meses, decidi definir melhor minhas prioridades (afinal, temos, em média, apenas 4 mil semanas de vida) e manterei apenas o blog na página da AMANF, onde atendo uma demanda por informações para as pessoas com neurofibromatoses. Para outros assuntos, se surgir em mim a necessidade de os expressar, entrarei em contato individualmente com as pessoas amigas, às quais o tema poderia interessar. Antes de sair, quero agradecer à minha filha Ana de Oliveira Rodrigues, que me ensinou carinhosamente a criar blogs, há 8 anos, o que me permitiu postar aqui 1.216 textos e desenhos sobre muitas coisas que eu não sabia, na tentativa de ficar sabendo. Quero agradecer também às pessoas que realizaram 288.762 visualizações no blog, deixando 396 comentários. Vocês me ajudaram a compreender a complexidade crescente do mundo (ou da minha visão do mundo). Aprendi muito com esta experiência, especialmente durante o distanciament

“A santa seita” – ou “Os (quase) doze próstatas”

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  para Diego e Júlia   reunimos nossas débeis forças mens sanas in tempores malos para insistir pela terceira vez que alguns minutos de memórias sobrevivem ao tik tok das redes.   reunimos nossos poucos cabelos brancos em têmporas cansadas aos corações jovens e aventurosos acreditando que o futuro pode ser um presente do passado.   Obrigado a todas as pessoas queridas que estiveram ontem no lançamento da terceira edição do Retrato Falado. Na foto (da jornalista Alessandra Mello), doze cartunistas vives (ou quase) que resistiram ao calor da noite com a ajuda das histórias do Nilson.

Mate-mática carnífuga

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  Dez meses se passaram, desde que troquei o sabor das carnes pela floresta em pé.   Somando os pedacinhos diários, que parei de engolir, deixei de matar um bezerro, ou trinta frangos, ou cinquenta peixes ou aquele porquinho rosado.   Sem novos pastos ou campos de soja, para reporem o que eu teria devorado, deixei viver duas sumaúmas jovens, ou trinta aroeiras, ou cinquenta pitangueiras ou aquela veredinha tropical.   Nesse ritmo, em dois mil e trinta e quatro anos, terei evitado o desmatamento de uma área, onde vivem vinte famílias xavante.   Acho que conseguirei.   A alternativa seria nada fazer. Mas a isso, ainda não me conformei.    

Para não esquecer

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Compartilho abaixo a palestra sobre Arte na Pandemia  que realizei durante o Congresso Brasileiro de Infectologia em Salvador, a convite do amigo médico e escritor Carlos Starling ( ver aqui livro que ele lançou no evento ).  Distribuímos (Thalma e eu) exemplares do catálogo "Prá não esquecer" (da Cartuminas ), assim como da terceira edição do " Retrato Falado ", das cartilhas da Associação Mineira de Apoio às pessoas com Neurofibromatoses e da cartilha do SUS realizada pela Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia . Foram momentos emocionantes, a mesa redonda com a participação da Thalma e as apresentações brilhantes do Carlos Starling, do Carlos Fortaleza e do Estevão Portela (foto). Na plateia, amigos queridos, como o Unaí Tupinambás!  

Agora temos um blog com tudo sobre o Retrato Falado

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  Basta clicar aqui:  Retrato Falado – Mambembe Livros

Por um mundo sem cercas!

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  Conversa sobre como um parque inspira um mundo novo, sem cercas! O que torna um pedaço de terra um parque?   O seu significado de coisa pública, de um bem compartilhado, uma terra protegida com a finalidade de trazer paz no convívio entre as pessoas. As pessoas presentes, reunidas em torno de um pensamento coletivo, é que tornam o parque vivo. Desta noção de espaço público afloram direitos e sentimento de pertencimento de comunidade, de classe, de cuidado e defesa da nossa casa, o planeta. Criar, expandir e proteger os parques é construir o futuro, uma obra coletiva, para o bem de todos. 

Comemorando meus 50 anos como cartunista!

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  Espero você lá!!! Comentário do Wagner Brant, amigo e colega de turma: Segundo me consta, você é cartunista há mais de 50 anos. Em 1967 ví, pela primeira vez, seus cartuns; foi uma grande surpresa perceber que um estudante pretendendo ser médico era cartunista. Na época eu era muito amigo do Chiquinho (Chico Mário) que era irmão do Henfil por quem nós tínhamos um ódio aparente (era muito crítico), mas uma grande admiração (secreta).

Indo para a gráfica!!!!

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Apocalipse amarelo

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O que acontece quando um jornalista trabalha na nova tradução de Ulisses, de Joyce , publica histórias em quadrinhos como roteirista, lê tudo que lhe cai nas mãos como dono de uma livraria, é fascinado pelas teorias sobre o multi-universo e inspirado pelo escritor de terror Lovecraft e ama Júlia - sua companheira de trabalho e sonhos - e a vida com intensidade desconcertante? Ele rompe os limites da narrativa comum, escreve um livro chamado Apocalipse Amarelo e se chama Diego Aguiar Vieira. Ao ler algumas das histórias do Diego, depois que nos conhecemos - porque ele e Júlia decidiram lançar a terceira edição do meu livro Retrato Falado, - tenho a impressão de que meu esforço para simplificar a vida foi prejudicado porque suas obras tornaram o sentido da existência muito mais complexo. Seus personagens e enredos transitam entre realidades superpostas, sem limites definidos, numa espécie de multiversos inspirados nas incertezas quânticas. Talvez Diego queira justamente isso, que a

A História continua!

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(*)  Texto do Diego e da Júlia.

Os gatos gaiatos JÁ estão APROVADOS no Programa Nacional do Livro Didático!!!

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  "Três gatos e um peixe" é um livro lindo que criamos (*) para nossas netas e netos e está no PNLD literário referente a 2022!!!! O período de escolha dos livros está próximo. Ajude-nos a divulgá-lo, para que ele chegue ao máximo de crianças e educadores do Brasil inteiro. Obrigado! Lor (e as crianças qu e já leram) (*) e a família  toda - que deu ótimos palpites!

Churr ASCO

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  Para quem ainda acha que símbolos não importam e que comer carne não tem nada a ver com a crise climática, sugiro ler o jornalista George Monbiot de hoje ( aqui ).

Querido Ziraldo

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  Quem conhece, ama.  Acho que este conceito foi uma das inúmeras coisas que aprendi com Ziraldo.  Além da admiração pela pessoa fascinante e pela sua arte viva , sou grato a ele por ter me incentivado a publicar meus cartuns, o que me salvou da depressão na ditadura e abriu para mim um mundo novo há meio século. Mas não estou sozinho na gratidão à pessoa mais apaixonada por gente que já conheci: somos milhões aqueles que aprenderam com ele a desenhar um mundo melhor. Por isso, alguns destes discípulos apaixonados nos reunimos numa exposição, a partir de hoje, em Ipatinga, em homenagem ao nosso mestre maior Ziraldo, organizada pelo amigo e irmão de ziraldices Genin. Ver aqui . Obrigado por me convidar para contribuir para esta festa de amor com a caricatura acima.  Viva Ziraldo!

Os dias se tornam assim

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  Para tia Maria Helena e Régis Gonçalve s A guerra distante na curva do mundo despeja destroços no nosso jardim. A espera pelo câncer inevitável rompe antes as veias do coração. O corpo ardendo por intimidade torna as mãos frias e úmidas. Uma aldeia envenenada pelo mercúrio contamina todo o futuro. Quando poetas se despedem, ficamos órfãos das palavras capazes de inventar outro amanhecer. Desacordo.

Machistas graças a deus

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  Para Cris e Zé Com 40 anos de atraso li o romance “ O Mulo ” de Darcy Ribeiro, escrito cerca de 30 anos depois que Guimarães Rosa publicara “ Grande Sertão: Veredas ”. Todo este tempo foi necessário para que eu pudesse compreender melhor o que está escrito nestes livros. Sem spoiler, o paralelo entre os dois personagens principais, Coronel Filó e Riobaldo, é inevitável: ambos são fazendeiros poderosos, cercados de jagunços fiéis, vivendo seus últimos dias no interior do Brasil, depois de terem passado por tempos de violência e paixões. Sabemos de suas histórias pelos monólogos que realizam, recordando suas lutas e vivências – o Mulo, apelido do Coronel Filó, - numa confissão escrita a um suposto padre, e Riobaldo conversando prolongadamente com um interlocutor da cidade, nós os leitores. Ambos os personagens são católicos e questionam seus destinos nas mãos de Deus, do Diabo, remoendo episódios cruciais de suas vidas em busca de compreensão e sentido. Apesar de estilos literários di

Resumo do Podcast

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  Agradeço ao Pedro H. Duarte e ao Marcus de Queiroz pela oportunidade desta conversa tão agradável. Clique aqui se desejar ouvir o Podcast O oitavo episódio do Corredor Cultural 174 Podcast, produzido pelo Centro Cultural UFMG, traz um bate-papo com Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues, mais conhecido como LOR, ‘maior cartunista do bairro Itapoã’, como se auto-intitula. Ele já colaborou com diversos jornais, como ‘Estado de Minas’, ‘Jornal do Brasil’ e ‘O Pasquim’. É professor aposentado da UFMG, pesquisador do CNPq e médico especialista em medicina esportiva no Centro de Referência em Neurofibromatoses do Hospital das Clínicas da UFMG. Estímulo ao desenho No podcast, LOR recorda que desde criança foi estimulado pelo pai a desenhar. Passado muitos anos, quando ganhou seu primeiro prêmio no Salão Internacional de Humor de Piracicaba, em 1978, foi compartilhar a conquista com seu pai, que lhe mostrou seus primeiros desenhos, guardados em um cofre, com os traços muito parecidos. “De alguma fo

Thalma, Picasso e eu

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  Thalma não poderia imaginar que cinquenta anos depois ainda estaria casada com aquele cartunista que acabara de conhecer e de quem duvidara por ele dizer ter sido o autor da charge, que ela vira por acaso no jornal e a emocionara profundamente, sobre a morte de Picasso , Neruda e Casal , três grandes artistas que ela admirava e que morreram naquele ano de 1973. Cinquenta anos depois foi Thalma quem forneceu ao mesmo cartunista a inspiração para uma nova charge sobre Picasso, dessa vez para participar de uma amostra coletiva em Alcalá , na Espanha, na qual 200 cartunistas de 37 países homenageamos  o aniversário de meio século da morte do pintor. A exposição, coordenada pelo cartunista e amigo JAL , foi inaugurada há poucos dias e pode ser visitada virtualmente clicando aqui . Ao dizer à Thalma que eu gostaria de fazer uma paródia de alguma obra do Picasso, questionando sua visão sobre as mulheres, ela indicou-me a pintura “Garota diante do espelho” (abaixo), que parece remeter à vai

Edição Especial

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  Nesta edição do JN você fica sabendo sobre a exposição de charges - para não esquecer o governo Bolsonaro, sobre o lançamento da cartilha Antimanicomial e sobre o livro do Quinho. CartunistAS Semana passada a Cartuminas - associação de cartunista de Minas Gerais (sob a liderança dos amigos Lute, Duke e Dum) - abriu a exposição PRA NÃO ESQUECER – O governo Bolsonaro em charges – com mais de uma centena de obras de 37 cartunistas de várias partes do Brasil. Entre nós que participamos, destaco abaixo as charges de 3 cartunistas mulheres: Carol Cospe Fogo , Claudia Kfouri e Laerte , ou seja, elas continuam minoria também em nossa profissão, o que mostra a fragilidade de nossas críticas ao machismo. O catálogo com todos os trabalhos está à venda para quem visita a exposição na Casa do Jornalista, Avenida Álvares Cabral 400, em Belo Horizonte. A Cartuminas está tentando uma maneira de vender pelo correio - sem encarecer muito a obra, - que custa 25 reais e, por enquanto, pode ser adquir

Onde está o Álvaro?

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  Imagine estar presente na sala em que Xi Jinping e Vladimir Putin decidem os próximos passos na invasão da Ucrânia e, por algum motivo fortuito, você acaba se tornando uma peça fundamental no destino da humanidade. Você teria tudo para se tornar um dos personagens que o jornalista (e amigo) Álvaro Nascimento reuniu no seu último livro “Incógnitos”. São dez figuras interessantíssimas, reunidas num estilo entre o documentário e a ficção, que garante uma leitura envolvente e repleta de informações históricas cuidadosamente recolhidas pelo Álvaro. Não se consegue parar de ler cada capítulo, à espera do desenlace da história humana de cada personagem, ainda que saibamos o final da História. Conhecendo o autor e sua trajetória jornalística e política, obtive uma satisfação extra na leitura, pois fiquei tentando descobrir em cada história: onde estaria o Álvaro? Certamente podemos identificar o militante, o jornalista, o brasileiro apaixonado pelo nosso país, o democrata visceral em cada c

Lor & Lor

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  L uíza de O liveira R odrigues (a verdadeira LOR) mostrou-me o desenho acima, que rabiscou com caneta esferográfica num papel durante uma reunião. Disse-lhe que também tenho este hábito e, ao contrário de estar distraído - como podem imaginar-, ele me ajuda a prestar atenção nas outras pessoas e conter minha ansiedade para falar.  Perguntei à minha filha se poderia postar o seu intrigante cartum no meu blog. Ela desafiou: - Só se for com um texto seu, juntes. Prometi-lhe que tentaria um Hay Kay (5-7-5). Saiu este:   falar transforma a menina tristonha entravestida   Diversão & Arte, diversão é arte.   LO Carneiro R

O filho de Deus

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Quando ainda era um menino feliz, fiquei muito confuso ao descobrir naquela missa de domingo, não me lembro por que meios, que o homem pregado na cruz era o filho de Deus. Era um Jesus em tamanho natural, que me horrorizava com os olhos ainda abertos em agonia e desespero, seu sangue escorrendo dos ferimentos causados pela coroa de espinhos, suas mãos e os pés atravessados por cravos grosseiros de ferro e, mais profundamente me comoviam, seus joelhos ralados pelas quedas sucessivas a caminho do calvário, um machucado que minha experiência da infância permitia dimensionar quanta dor ele havia de ter sofrido. Já ouvira repetidas vezes em minha família que Deus era o criador de tudo e que também existia Jesus Cristo, mas estas ideias ainda não haviam se juntado. Naquela manhã divisória do tempo sem dúvidas, de repente faltava sentido que Deus pai todo poderoso fosse incapaz de salvar seu próprio filho da morte. A não ser, fui forçado a imaginar, que Deus tenha tentado salvar Jesus, mas nã

CACs

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Por um outro mercado de trabalho

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Vera Prates médica, psiquiatra, representante de  Minas Gerais na Associação Brasileira  de Médicas e Médicos pela Democracia É claro que a sobrecarga das mulheres, com os trabalhos domésticos e com os filhos, a qual conheço bem por experiência própria, dificulta ou mesmo impede nossa melhor inserção social e no mercado de trabalho, nossa realização profissional, lazer e até cuidados pessoais. Esta sobrecarga é um problema seríssimo a ser enfrentado pela na luta feminista. Mas gosto também de ver a questão por outro ângulo. Como médica, eu tive a chance de trabalhar meio horário. Tenho um companheiro solidário, que sempre dividiu, ainda que parcialmente, as tarefas comigo. Além disso, como um casal de médicos, mesmo eu trabalhando meio horário, minha renda somada a do meu marido, permitiu uma vida segura e confortável para nós e nossos filhos. Nunca passamos por privações. Sinto-me imensamente privilegiada por nunca ter precisado de abdicar nem da minha profissão e nem da maternidade,

No dia Internacional da mulher, o trabalho doméstico continua sustentando o capitalismo

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  O texto abaixo é da Editora Elefante  Neste dia Internacional da Mulher, 8 de março, a Elefante destaca a invisibilidade do trabalho doméstico e sua importância para a sustentação do capitalismo, com custos à vida das mulheres racializadas, periféricas e migrantes, sobretudo. Esse debate está presente em  Quem vai fazer essa comida? , novo livro de Bela Gil em pré-lançamento pela editora. "Se a gente sabe que uma comida fresca, caseira, diminui as chances de morte, a pergunta que fica é o título do meu livro:  Quem vai fazer essa comida? . E aí entra a questão do feminismo, que está diretamente relacionada à valorização do trabalho doméstico. Reconhecer esse trabalho é um caminho para que a alimentação saudável seja realmente uma possibilidade de escolha", explica Bela Gil em  entrevista para a revista Marie Claire .  Foi a escritora Silvia Federici, intelectual militante de tradição feminista marxista autônoma, quem despertou esse olhar em Bela Gil, após a apresentadora e