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Mostrando postagens de 2022

É apenas um calendário na parede..., mas como importa!

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O sol não liga para nossas datas, mas seus primeiros raios de amanhã iluminarão outra maneira de organizarmos os símbolos que nos governam. Nesse novo tempo, duramente atingido, nossa voz outra vez poderá ser ouvida. Vamos recuperar nossos lugares de fala. Como memórias e projetos para este momento, compartilho duas publicações das quais tenho o prazer de ser um dos colaboradores: o jornal O Griffo – editado pelo caro Paulo Riccordi e que reúne dezenas de cartunistas e humoristas do Brasil e de outros países - e a Revista Ecológico – editada pelo amigo Hiram Firmino e que traz as novas esperanças com o governo Lula na defesa do ambiente. Basta clicar nos títulos para abrir os exemplares. Obrigado pela sua companhia neste 2022 e até breve. Lor  

Fragmentos da Amazônia, da Thalma, disponível online

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  Thalma realizou uma belíssima exposição com 29 pinturas e aquarelas sobre a Amazônia. Quem não teve a oportunidade de estar na galeria para ver o trabalho realizado nos últimos dois anos pela Thalma, pode agora apreciar online e basta clicar aqui: http://thalma.garagelab.ca/ É uma experiência estética especial e um alerta sobre nossa Amazônia em risco.  Boa visita! Lor

O termo da posse

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 Na manga direita cabe, inclusive, a mão invisível do mercado - Marcos Vinicius Soares Vieira 

2023, o ano das pitangas

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Na infância, eu queria ser filósofo porque meu pai se referia a eles com o maior respeito. Não sabia o que significava ser filósofo, mas desconfiava que teria que aprender latim ou alemão e estar morto para ser um deles. Isso me assustou bastante e decidi viver um pouco mais. Depois de adulto, cheguei a cogitar estudar filosofia, mas já havia me tornado médico e cartunista e por isso as pessoas esperam de mim um diagnóstico ou uma piada, jamais um pensamento profundo. Mas volta e meia, ao tentar esclarecer algumas dúvidas cotidianas, pergunto-me se não estou filosofando, como agora diante das pitangas que estão frutificando no meu jardim. Depois de vários anos de esterilidade, pela primeira vez surgiram dezenas de pitangas que se vão se desenvolvendo lindas e suculentas, mas ao atingirem aquele tom amarelo avermelhado brilhante, elas atrofiam de um dos lados, depois apodrecem parcialmente e caem ao solo. Meu compadre Leonardo Diniz, consultado, diagnosticou literalmente na mosca: min

Esperança natalina

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Debate de ideias

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  Quem acha que está muito difícil conversar com parentes sobre temas polêmicos, precisava conhecer minha avó Helena, conservadora e católica fervorosa, que vivia tentando me reconverter ao cristianismo. Eu gostava muito dela e adorava provocar sua ira santa. Um dia, depois de mais uma vez ela tentar me convencer sobre as maravilhas da ressurreição para encontrarmos Jesus no Juízo Final, quando, segundo ela, voltaríamos a ter o esplendor da beleza de nosso corpos, perguntei-lhe com qual idade a gente ressuscitaria: se jovem, como eu (era), ou como um idoso (que ela já era). - Como assim, Vavado? (o apelido que recebi em pequeno, da minha irmã Titina) - Pensa só... A senhora ficou viúva aos 40 anos e vovô Euclides somente a conheceu até aquela idade, bonitona, charmosa e sexy  (sua religião não era capaz de inibir sua vaidade e sua imaginação erótica)... - Sim...? - suspirou alguma memória prazerosa e ajeitou delicadamente o vestido - sempre cinza, desde a viuvez. - Vamos dizer que a

Farsas promessas

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Vejam só! Tenho acreditado que grande parte do ódio que nos invade atualmente seria decorrente da frustração diante da incapacidade da social democracia em atender as expectativas de uma vida melhor para a maioria das pessoas. Esta convicção foi profundamente modificada pela entrevista do Rodrigo Nunes , professor de filosofia da PUC do Rio de Janeiro. Segundo ele, ao contrário, “essa crise advém da frustração daquelas promessas que foram apresentadas no início da ascensão do projeto neoliberal em diferentes partes do mundo e que são promessas não cumpridas, que não foram entregues até hoje.”  Ou seja, as promessas seriam as mesmas, mas feitas pela direita e não pela centro-esquerda. Sua entrevista mostra como “a ascensão do neoliberalismo, no final dos anos 1970, na Inglaterra, nos Estados Unidos, mas também mais tarde em lugares como a América Latina, nos anos 1990, ou no Leste Europeu, se dá sempre em meio a promessas de abundância, de meritocracia, de reconhecimento do mérito e do

Transição

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MANÉCÔMIO

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  Sinto raiva e pesar pelos manés diante dos quarteis. Raiva, pelas perdas e danos que já causaram e ainda podem causar. E pesar, como diante de pessoas acometidas por doenças graves e incuráveis, mas que talvez pudessem ter sido evitadas. Como disse o médico e escritor Rômulo Paes , ontem, na reunião dos amigos Facundos, - estes indivíduos nas portas dos quarteis, sob sol e chuva, são órfãos. Órfãos da globalização que atingiu os nacionalismos. Órfãos do machismo tóxico não mais tolerado. Órfãos do controle que exerciam sobre a sexualidade alheia. Acrescento, órfãos da meritocracia - que não os tornou aquilo que esperavam, órfãos da família patriarcal autoritária, órfãos das tradições religiosas - criticadas pelo materialismo, órfãos da juventude perdida nos afazeres da classe média e órfãos de um pai castrador e violento. São pessoas que nunca haviam ido para as ruas em defesa de causas coletivas, como diretas já, democracia, preservação da Amazônia ou pelo fim da fome. Agora, que su

Símbolos nacionais: O Mané

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Publicadas no Diário de São Paulo exatamente há 20 anos

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Stop AGRO now! Picanha limpa para todes!

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Meu fim de semana começou com mais energia (com a possibilidade de termos proteína limpa = sem desmatamento e sem gases estufa!) depois de ler este artigo do George Monbiot! Veja abaixo a tradução literal e confira o artigo na íntegra aqui . Mas é preciso considerar uma opinião contrária aqui . Fermentando uma revolução Por George Monbiot, publicado no The Guardian em 24 de novembro de 2022 Acredito que esta seja a tecnologia ambiental mais importante já desenvolvida. Pode ser tudo o que agora está entre nós e o colapso dos sistemas da Terra. Então o que fazemos agora? Após 27 cúpulas e nenhuma ação efetiva, parece que o verdadeiro objetivo era nos manter conversando. Se os governos levassem a sério a prevenção do colapso climático, não haveria Cops 2-27. As principais questões teriam sido resolvidas na Cop1, já que a crise da destruição do ozônio ocorreu em uma única cúpula em Montreal . Nada pode agora ser alcançado sem o protesto em massa, cujo objetivo, como o dos movimentos de

A história que me contaram

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  Obrigado, Juliano Viana, pela sugestão da leitura. Um sociólogo e um antropólogo escolheram na minha estante alguns dos livros que mais me impressionaram ao longo da vida e disseram: - Não é bem assim... e me mostraram o porquê no seu livro “ O despertar de tudo – uma nova história da humanidade ”, de David Graeber e David Wengrow. Ao longo da leitura, fui me tornando cada vez mais agradavelmente surpreendido pela revelação de aspectos da história que, - agora percebo, - não faziam sentido na narrativa que me contaram e que eu vinha repetindo. O título pretencioso se justifica: eles passaram dez anos revisitando as principais obras que moldaram o pensamento histórico, sociológico, antropológico e político contemporâneo e concluíram que precisamos mudar nosso modo de pensar a humanidade. Desde os bancos escolares fui aprendendo uma história evolutiva: o capitalismo atualmente dominante seria resultado inevitável da civilização ocidental, que se originou dos regimes feudais na Europa,

O campeão

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  Meu cartum acima faz parte da mostra coletiva sobre a Copa do Mundo, que está aberta no Mercado Central de Belo Horizonte, onde permanecerá para visitação durante toda a Copa. Obrigado ao Lute, Duke e colegas que mantém viva nossa associação, a CARTUMINAS, e organizaram esta mostra, que reuniu 33 cartunistas de várias gerações, inclusive alguns já falecidos (como Mangabeira) e outros quase (como eu e Nilson -  motivo pelo qual não estamos na foto abaixo). Ao que parece, todes satisfeites com o novo governo eleito! (obrigado pelas fotos, Carol e Guto)

Símbolos concretos

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  Para colegas de remo Ainda que legalmente válida, a viagem de Lula para a conferência do clima no Egito a bordo de um jato particular – veículos extremamente condenados como grandes poluidores pelos ambientalistas – na companhia do proprietário do avião - um empresário da doença, já condenado por corrupção e que devolveu milhões de reais aos cofres públicos - parece-me um erro ético duplamente simbólico. Primeiro, por deixar uma pegada de carbono desnecessária e contrariar o próprio espírito da preservação do ambiente do evento internacional. Segundo, mas não menos importante, por novamente estreitar relações de favorecimentos com o empresariado milionário que corrompe a máquina pública. É no dia a dia, passo a passo, que o presente se transforma em futuro e quaisquer desvios de poucos centímetros à direita hoje podem representar abismo intransponível algum tempo adiante. A ética pública não é assunto menor, não é bobagem dos ingênuos ou puristas e nem alimento para a direita, mas si

Dois meses de BLACK FRIDAY

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Patriotas

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  Genial, MOR!!!!! Atenção o autor é MOR. E não LOR! 

Receba a nova GRIFO

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  Está disponível a nova edição do jornal de humor GRIFO e para receber seu exemplar (em PDF) basta clicar aqui . A Grifo é uma publicação quinzenal e gratuita de editada por cartunistas da Grafar (Grafistas Associados do RS). Destaque para a cartunista iraniana, Mansure Degghani, com cartum sobre casamento de meninas!!! O caro Paulo de Tarso Riccordi, editor junto com o Schroeder, pediu-me, antes da eleição de domingo, que enviasse duas charges: em caso de vitória ou não de Lula. A charge publicada (abaixo) representa o alívio de termos sido temporariamente salvos por um triz! A outra, felizmente, - por enquanto - deixada de lado, fica aqui como registro do meu desespero. Ainda bem que o resultado da eleição recuperou fragmentos da democracia suficientes para que possamos continuar a enfrentar os fascistas, processando, julgando e prendendo os criminosos, em nome dos 700 mil mortos. Agora, mais tranquilos, bora recuperar o país, sair da crise econômica, conter o desastre climático, ac

Não quero mais matar alguém

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Depois de meses de terrorismo de estado e de uso da máquina pública a favor de Bolsonaro, veio o domingo e ele perdeu as eleições - porque teve menos votos no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do que recebera em 2018 - e Lula liderou - com a alegria do Nordeste - a maior votação da história concedida a uma frente ampla em defesa da democracia. No meu choro, ao final da apuração, havia desabafo, exaustão e a percepção de que eu não mais morreria em breve - de bala, raiva ou definhamento, - como vinha sentindo que aconteceria, se tivesse que enfrentar mais quatro anos de destruição social bolsonarista. Vivemos nestes últimos anos uma política de terra arrasada – literalmente – da extrema direita, tão violenta e absurda que continuo perplexo sobre como é possível alguém apoiar o projeto bolsonarista. Por isso, tenho tentado entender esse apoiador, encontrar alguma justificativa – psicológica, sociológica, econômica, psiquiátrica, o que for - que o conserve aos meus olhos como um ser ainda perte

A manhã do outro dia

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- Nunca mais vou conversar com gente que votou nele! - Com ninguém?! - No máximo bom-dia, boa-tarde... e somente com quem sou obrigado a encontrar no trabalho! - Puxa! Então você vai parar de falar com... metade da população! - Isso. - Mas... e se for uma pessoa jovem, muito influenciada pelos pais? - Bom... talvez seja uma exceção... jovens têm potencial para amadurecer, compreender melhor o mundo... mudar... - E a pessoa desinformada, praticamente analfabeta? - Ah, essa não tem culpa, foi manipulada, não é apoiadora dele, de verdade... - E nossos pais, idosos, doentes, inseguros e com medo de tudo? - Aí, você está falando de gente vulnerável... sua visão de mundo fica prejudicada... dá para compreender... - E nossa tia religiosa? - É... as pessoas religiosas acabam seguindo pastor, padre... podem ser iludidas pelo bispo, pelo papa! ... paciência... - E quem acreditou de boa-fé nas notícias sobre corrupção do adversário e sua família? - Ah, é difícil resist

Ééééé HOJE!!!!!

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Exposição da Thalma

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O outro lado

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   Bruno CL Cota [i]   Segunda-feira, 5:39. Alguns raios de sol atravessaram delicadamente umas poucas frestas da janela, e se insinuaram sobre os meus olhos, que atenderam ao afago luminoso e se abriram vagarosamente. O ambiente onírico que acabara de iniciar, e que poderia até terminar em uma nova soneca, foi abruptamente dilacerado pelo alarme do celular, que entrecortou meus ouvidos e feriu toda minha alma, meu núcleo acumbens [ii] e a minha poesia, enquanto me empenhava em coordenar os dedos para desligá-lo. Já eram 5:40, momento em que a cerimônia de despedidas cotidianas se inicia: cama, esposa, filhos, cachorro, calopsitas. Nessa ordem. Banho, barba, roupa, pão, café e checklist na agenda. Tudo conforme o roteiro cotidiano. Na rua, o engarrafamento de sempre. Gente impaciente, gente com pressa. Eu impaciente com a impaciência dos outros, também com pressa. Comemorei a pequena sorte de encontrar uma vaga de estacionamento a pouco mais de 100 metros do hospital, distância qu

Pintou um clima?

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Quer saber mais sobre isso? Clique aqui para ver excelente texto da PÚBLICA .  

Analfabetização

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Socorro Professor Pasquale

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O outdoor perverso

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  Minha amiga Adriana Venuto conversou longamente comigo sobre o cartum de ontem ( ver aqui ). Ao final, ela perguntou: gostaria de saber qual seria a visão do outdoor do ponto de vista das pessoas que moram na favela. Saiu-me essa referência a Van Gogh, seu quarto e sua loucura. Lor

Pauta Peito Pinto

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A gente quer

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A la carte ou delivery?

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(*) Síndrome metabólica: obesidade + pressão alta + diabetes ———> causada pelo estilo de vida capitalista  

Vou perder no segundo turno

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  Bolsonaro mente sobre a compra das vacinas... Mas só posso falar a verdade sobre as mortes pela covid. Bolsonaro decretou sigilo de 100 anos sobre seu governo... Mas parece que o decreto apagou a memória  de metade das pessoas  sobre  os cheques de Queiroz,  o dinheiro vivo para a “família”  e as ligações com a milícia. Bolsonaro desvia verbas da Educação em troca de voto... Mas só espero que este crime eleitoral pelo menos salve algumas vidas com fome, sem corromper suas escolhas. Bolsonaro usa a religião para demonizar a política... Mas não posso mandá-lo pro inferno porque o inferno não faz parte  do Estado  que respeita todas as religiões e ateus. Bolsonaro lambuza a bandeira nacional... Mas penso que um país se faz com gente, e não com panos pintados. Bolsonaro doutrina as polícias para matar... Mas só tenho a Constituição afirmando que a missão das forças armadas é proteger. Bolsonaro é sócio dos agro latifundiários... Mas só posso mostrar que eles destroem a Amazônia para prod