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Mostrando postagens de dezembro, 2022

É apenas um calendário na parede..., mas como importa!

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O sol não liga para nossas datas, mas seus primeiros raios de amanhã iluminarão outra maneira de organizarmos os símbolos que nos governam. Nesse novo tempo, duramente atingido, nossa voz outra vez poderá ser ouvida. Vamos recuperar nossos lugares de fala. Como memórias e projetos para este momento, compartilho duas publicações das quais tenho o prazer de ser um dos colaboradores: o jornal O Griffo – editado pelo caro Paulo Riccordi e que reúne dezenas de cartunistas e humoristas do Brasil e de outros países - e a Revista Ecológico – editada pelo amigo Hiram Firmino e que traz as novas esperanças com o governo Lula na defesa do ambiente. Basta clicar nos títulos para abrir os exemplares. Obrigado pela sua companhia neste 2022 e até breve. Lor  

Fragmentos da Amazônia, da Thalma, disponível online

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  Thalma realizou uma belíssima exposição com 29 pinturas e aquarelas sobre a Amazônia. Quem não teve a oportunidade de estar na galeria para ver o trabalho realizado nos últimos dois anos pela Thalma, pode agora apreciar online e basta clicar aqui: http://thalma.garagelab.ca/ É uma experiência estética especial e um alerta sobre nossa Amazônia em risco.  Boa visita! Lor

O termo da posse

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 Na manga direita cabe, inclusive, a mão invisível do mercado - Marcos Vinicius Soares Vieira 

2023, o ano das pitangas

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Na infância, eu queria ser filósofo porque meu pai se referia a eles com o maior respeito. Não sabia o que significava ser filósofo, mas desconfiava que teria que aprender latim ou alemão e estar morto para ser um deles. Isso me assustou bastante e decidi viver um pouco mais. Depois de adulto, cheguei a cogitar estudar filosofia, mas já havia me tornado médico e cartunista e por isso as pessoas esperam de mim um diagnóstico ou uma piada, jamais um pensamento profundo. Mas volta e meia, ao tentar esclarecer algumas dúvidas cotidianas, pergunto-me se não estou filosofando, como agora diante das pitangas que estão frutificando no meu jardim. Depois de vários anos de esterilidade, pela primeira vez surgiram dezenas de pitangas que se vão se desenvolvendo lindas e suculentas, mas ao atingirem aquele tom amarelo avermelhado brilhante, elas atrofiam de um dos lados, depois apodrecem parcialmente e caem ao solo. Meu compadre Leonardo Diniz, consultado, diagnosticou literalmente na mosca: min

Esperança natalina

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Debate de ideias

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  Quem acha que está muito difícil conversar com parentes sobre temas polêmicos, precisava conhecer minha avó Helena, conservadora e católica fervorosa, que vivia tentando me reconverter ao cristianismo. Eu gostava muito dela e adorava provocar sua ira santa. Um dia, depois de mais uma vez ela tentar me convencer sobre as maravilhas da ressurreição para encontrarmos Jesus no Juízo Final, quando, segundo ela, voltaríamos a ter o esplendor da beleza de nosso corpos, perguntei-lhe com qual idade a gente ressuscitaria: se jovem, como eu (era), ou como um idoso (que ela já era). - Como assim, Vavado? (o apelido que recebi em pequeno, da minha irmã Titina) - Pensa só... A senhora ficou viúva aos 40 anos e vovô Euclides somente a conheceu até aquela idade, bonitona, charmosa e sexy  (sua religião não era capaz de inibir sua vaidade e sua imaginação erótica)... - Sim...? - suspirou alguma memória prazerosa e ajeitou delicadamente o vestido - sempre cinza, desde a viuvez. - Vamos dizer que a

Farsas promessas

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Vejam só! Tenho acreditado que grande parte do ódio que nos invade atualmente seria decorrente da frustração diante da incapacidade da social democracia em atender as expectativas de uma vida melhor para a maioria das pessoas. Esta convicção foi profundamente modificada pela entrevista do Rodrigo Nunes , professor de filosofia da PUC do Rio de Janeiro. Segundo ele, ao contrário, “essa crise advém da frustração daquelas promessas que foram apresentadas no início da ascensão do projeto neoliberal em diferentes partes do mundo e que são promessas não cumpridas, que não foram entregues até hoje.”  Ou seja, as promessas seriam as mesmas, mas feitas pela direita e não pela centro-esquerda. Sua entrevista mostra como “a ascensão do neoliberalismo, no final dos anos 1970, na Inglaterra, nos Estados Unidos, mas também mais tarde em lugares como a América Latina, nos anos 1990, ou no Leste Europeu, se dá sempre em meio a promessas de abundância, de meritocracia, de reconhecimento do mérito e do

Transição

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MANÉCÔMIO

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  Sinto raiva e pesar pelos manés diante dos quarteis. Raiva, pelas perdas e danos que já causaram e ainda podem causar. E pesar, como diante de pessoas acometidas por doenças graves e incuráveis, mas que talvez pudessem ter sido evitadas. Como disse o médico e escritor Rômulo Paes , ontem, na reunião dos amigos Facundos, - estes indivíduos nas portas dos quarteis, sob sol e chuva, são órfãos. Órfãos da globalização que atingiu os nacionalismos. Órfãos do machismo tóxico não mais tolerado. Órfãos do controle que exerciam sobre a sexualidade alheia. Acrescento, órfãos da meritocracia - que não os tornou aquilo que esperavam, órfãos da família patriarcal autoritária, órfãos das tradições religiosas - criticadas pelo materialismo, órfãos da juventude perdida nos afazeres da classe média e órfãos de um pai castrador e violento. São pessoas que nunca haviam ido para as ruas em defesa de causas coletivas, como diretas já, democracia, preservação da Amazônia ou pelo fim da fome. Agora, que su