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Mostrando postagens de março, 2023

Onde está o Álvaro?

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  Imagine estar presente na sala em que Xi Jinping e Vladimir Putin decidem os próximos passos na invasão da Ucrânia e, por algum motivo fortuito, você acaba se tornando uma peça fundamental no destino da humanidade. Você teria tudo para se tornar um dos personagens que o jornalista (e amigo) Álvaro Nascimento reuniu no seu último livro “Incógnitos”. São dez figuras interessantíssimas, reunidas num estilo entre o documentário e a ficção, que garante uma leitura envolvente e repleta de informações históricas cuidadosamente recolhidas pelo Álvaro. Não se consegue parar de ler cada capítulo, à espera do desenlace da história humana de cada personagem, ainda que saibamos o final da História. Conhecendo o autor e sua trajetória jornalística e política, obtive uma satisfação extra na leitura, pois fiquei tentando descobrir em cada história: onde estaria o Álvaro? Certamente podemos identificar o militante, o jornalista, o brasileiro apaixonado pelo nosso país, o democrata visceral em cada c

Lor & Lor

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  L uíza de O liveira R odrigues (a verdadeira LOR) mostrou-me o desenho acima, que rabiscou com caneta esferográfica num papel durante uma reunião. Disse-lhe que também tenho este hábito e, ao contrário de estar distraído - como podem imaginar-, ele me ajuda a prestar atenção nas outras pessoas e conter minha ansiedade para falar.  Perguntei à minha filha se poderia postar o seu intrigante cartum no meu blog. Ela desafiou: - Só se for com um texto seu, juntes. Prometi-lhe que tentaria um Hay Kay (5-7-5). Saiu este:   falar transforma a menina tristonha entravestida   Diversão & Arte, diversão é arte.   LO Carneiro R

O filho de Deus

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Quando ainda era um menino feliz, fiquei muito confuso ao descobrir naquela missa de domingo, não me lembro por que meios, que o homem pregado na cruz era o filho de Deus. Era um Jesus em tamanho natural, que me horrorizava com os olhos ainda abertos em agonia e desespero, seu sangue escorrendo dos ferimentos causados pela coroa de espinhos, suas mãos e os pés atravessados por cravos grosseiros de ferro e, mais profundamente me comoviam, seus joelhos ralados pelas quedas sucessivas a caminho do calvário, um machucado que minha experiência da infância permitia dimensionar quanta dor ele havia de ter sofrido. Já ouvira repetidas vezes em minha família que Deus era o criador de tudo e que também existia Jesus Cristo, mas estas ideias ainda não haviam se juntado. Naquela manhã divisória do tempo sem dúvidas, de repente faltava sentido que Deus pai todo poderoso fosse incapaz de salvar seu próprio filho da morte. A não ser, fui forçado a imaginar, que Deus tenha tentado salvar Jesus, mas nã

CACs

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Por um outro mercado de trabalho

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Vera Prates médica, psiquiatra, representante de  Minas Gerais na Associação Brasileira  de Médicas e Médicos pela Democracia É claro que a sobrecarga das mulheres, com os trabalhos domésticos e com os filhos, a qual conheço bem por experiência própria, dificulta ou mesmo impede nossa melhor inserção social e no mercado de trabalho, nossa realização profissional, lazer e até cuidados pessoais. Esta sobrecarga é um problema seríssimo a ser enfrentado pela na luta feminista. Mas gosto também de ver a questão por outro ângulo. Como médica, eu tive a chance de trabalhar meio horário. Tenho um companheiro solidário, que sempre dividiu, ainda que parcialmente, as tarefas comigo. Além disso, como um casal de médicos, mesmo eu trabalhando meio horário, minha renda somada a do meu marido, permitiu uma vida segura e confortável para nós e nossos filhos. Nunca passamos por privações. Sinto-me imensamente privilegiada por nunca ter precisado de abdicar nem da minha profissão e nem da maternidade,

No dia Internacional da mulher, o trabalho doméstico continua sustentando o capitalismo

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  O texto abaixo é da Editora Elefante  Neste dia Internacional da Mulher, 8 de março, a Elefante destaca a invisibilidade do trabalho doméstico e sua importância para a sustentação do capitalismo, com custos à vida das mulheres racializadas, periféricas e migrantes, sobretudo. Esse debate está presente em  Quem vai fazer essa comida? , novo livro de Bela Gil em pré-lançamento pela editora. "Se a gente sabe que uma comida fresca, caseira, diminui as chances de morte, a pergunta que fica é o título do meu livro:  Quem vai fazer essa comida? . E aí entra a questão do feminismo, que está diretamente relacionada à valorização do trabalho doméstico. Reconhecer esse trabalho é um caminho para que a alimentação saudável seja realmente uma possibilidade de escolha", explica Bela Gil em  entrevista para a revista Marie Claire .  Foi a escritora Silvia Federici, intelectual militante de tradição feminista marxista autônoma, quem despertou esse olhar em Bela Gil, após a apresentadora e