Apocalipse amarelo


O que acontece quando um jornalista trabalha na nova tradução de Ulisses, de Joyce, publica histórias em quadrinhos como roteirista, lê tudo que lhe cai nas mãos como dono de uma livraria, é fascinado pelas teorias sobre o multi-universo e inspirado pelo escritor de terror Lovecraft e ama Júlia - sua companheira de trabalho e sonhos - e a vida com intensidade desconcertante?

Ele rompe os limites da narrativa comum, escreve um livro chamado Apocalipse Amarelo e se chama Diego Aguiar Vieira.

Ao ler algumas das histórias do Diego, depois que nos conhecemos - porque ele e Júlia decidiram lançar a terceira edição do meu livro Retrato Falado, - tenho a impressão de que meu esforço para simplificar a vida foi prejudicado porque suas obras tornaram o sentido da existência muito mais complexo. Seus personagens e enredos transitam entre realidades superpostas, sem limites definidos, numa espécie de multiversos inspirados nas incertezas quânticas. Talvez Diego queira justamente isso, que a gente renuncie ao rigor da lógica superficial para descobrirmos a magia dos mundos possíveis na mente humana.

Sou daqueles que têm medo em filmes de terror, - porque sugerem haver maldade intrínseca e destrutiva nas pessoas - então foi difícil mergulhar no cotidiano de Mucarágua, o cenário de Apocalipse Amarelo, onde o estranho parece assustadoramente possível. Mas a curiosidade pelo desfecho superou o arrepio e cheguei ao final. Ou não?

Aguardo o Livro 2.

 

 


 

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