O texto abaixo é da Editora Elefante Neste dia Internacional da Mulher, 8 de março, a Elefante destaca a invisibilidade do trabalho doméstico e sua importância para a sustentação do capitalismo, com custos à vida das mulheres racializadas, periféricas e migrantes, sobretudo. Esse debate está presente em Quem vai fazer essa comida?, novo livro de Bela Gil em pré-lançamento pela editora. "Se a gente sabe que uma comida fresca, caseira, diminui as chances de morte, a pergunta que fica é o título do meu livro: Quem vai fazer essa comida?. E aí entra a questão do feminismo, que está diretamente relacionada à valorização do trabalho doméstico. Reconhecer esse trabalho é um caminho para que a alimentação saudável seja realmente uma possibilidade de escolha", explica Bela Gil em entrevista para a revista Marie Claire.
Foi a escritora Silvia Federici, intelectual militante de tradição feminista marxista autônoma, quem despertou esse olhar em Bela Gil, após a apresentadora e chef de cozinha ter lido O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista, que ela classifica como "um divisor de águas" em sua visão sobre alimentação.
Esse é um dos efeitos comumente relatados pelas pessoas (principalmente, mulheres) que leem a obra de Federici. Os escritos da feminista italiana também impactaram a atriz Isabel Teixeira, que ficou conhecida pela personagem Maria Bruaca da novela Pantanal, da Globo, conforme relata em entrevista ao jornal Extra. "Ela fala muito sobre o trabalho doméstico. É geralmente um trabalho pouco remunerado, já que as empregadas domésticas costumam ganhar no máximo dois salários mínimos. Ou mesmo não remunerado, no caso das donas de casa. O trabalho dela não é visto, valorizado. Muitas vezes a mulher é subjugada a seu marido, que trabalha fora e só para ele próprio, enquanto ela cuida de tudo (e todos). Rola até um abuso patrimonial, porque, quando há separação, o marido diz que trabalhou, construiu um império, e ela não fez nada."
|
Não é fácil ser mulher!
ResponderExcluir