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Mostrando postagens de junho, 2019

Meritocracia 2

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Grafitti

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Meritocracia

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Autismo político

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Como muitos sabem, o autismo é uma doença de causas ainda pouco conhecidas, que provoca o distanciamento afetivo e o isolamento social das pessoas que o sofrem. Além disso, muitos autistas apresentam fixação em determinados comportamentos repetitivos sem finalidade aparente. Existem vários graus no espectro do autismo. Talvez estejamos vivendo uma época que se assemelha ao autismo e apresento um teste para que possamos testar nosso grau de autismo político. Você acha que: 1) Antigamente vivíamos melhor? 2) Os sindicatos atrapalham o funcionamento das empresas? 3) Na política, a emoção é mais importante do que a razão? 4) Os pobres são assim porque são preguiçosos? 5) Hierarquia é mais importante do que democracia? 6) Não existe uma verdade histórica, mas apenas versões? 7) Existe uma elite internacional, formada por judeus, que conspira para dominar o mundo? 8) Os cientistas fazem afirmações falsas sobre a mudança climática? 9) A e

A necessidade especial de ler Nirlando Beirão

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Com o álibi de revelar uma intrigante história familiar, o amor entre seus avós, proibido pelos costumes religiosos do começo do século passado, Nirlando Beirão em seu livro “Meus começos e meu fim” [1] permite acompanharmos o seu enfrentamento da doença degenerativa que o vem incapacitando progressivamente. Em meio à sua procura por respostas no passado familiar, encontramos fragmentos da memória de sua infância em Belo Horizonte e uma antropologia bem-humorada da comunidade formada pelos emigrantes portugueses, da qual sua família faz parte, além de aguçada descrição da geografia e dos hábitos familiares mineiros. Apesar de prometer a si mesmo evitar escrever sobre política neste livro, Nirlando revela seu senso crítico experiente e cosmopolita diante do desarranjo mundial contemporâneo dos sonhos democráticos e iluministas. O irmão de Nirlando é o Paulo Beirão, meu amigo e colega de turma, e tenho um irmão jornalista, Ernesto Rodrigues, que também saiu de Minas para trabalhar e a

Irá a ira ao Irã?

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A opção

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Algumas pessoas queridas responderam ao meu post de ontem ( VER AQUI ) com mensagens de carinho e apoio à minha tristeza e vergonha pelo mundo que estamos deixando para as próximas gerações. Meu desânimo se dá numa semana em que Trump e Irã quase começaram uma guerra, as geleiras do Himalaia atingiram 25% de redução (um BILHÃO de pessoas dependem da água que desce delas para viverem) e Bolsonaro sugeriu em Santa Maria que a população use armas para defender o governo dele. Neste clima de más notícias, as mensagens que recebi, desde as enviadas por meu irmão e irmãs até amigos de várias gerações, foram uma reação amorosa que mobiliza meus pensamentos numa direção mais otimista. A maioria das mensagens lembra que, para quem tem filhos (ou netos) ou trabalha com crianças, não há outra opção além de mantermos a esperança de que será possível um mundo melhor e q ue devemos continuar lutando por alcançá-lo. Destaco abaixo alguns dos sentimentos que o post provocou: a citação do Mujica resga

Tênues esperanças

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A caminho da sala de partos para o nascimento de nossa primeira filha, Thalma perguntou se não era loucura nossa colocarmos uma criança num mundo como aquele em que vivíamos. Era época da Guerra Fria com sua permanente ameaça de um holocausto nuclear, a ditadura militar brasileira estava a pleno vapor assassinando opositores e a destruição do ambiente já preocupava, apesar do aquecimento global ainda não ter se tornado uma realidade manifesta. Contornamos com um pouco de humor o nosso medo naquele momento, lembrando que talvez fosse um pouco tarde para pensarmos naquela questão. Apesar da gravidade da situação do planeta para além dos muros da Maternidade Otaviano Neves, onde nascia a Ana, havia a sincera esperança em nossos corações de que venceríamos todas aquelas ameaças com nossa militância progressista e poderíamos construir para nossa filha um mundo melhor. Quarenta e dois anos se passaram e parece que uma parte de minha geração perdeu as lutas que travamos em defesa da paz, co

O sumiço do xamã

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Comecei a ler “O sumiço do xamã” porque conheci seu autor ainda menino, o Estevão Senra, filho de amigos meus, João e Pita, companheiros de lutas em defesa do meio ambiente desde a década de setenta. À medida que lia, fui encontrando um escritor maduro, com um olhar e uma linguagem originais sobre os povos da Amazônia.  O livro pode ser encontrado na www.editoraramalhete.com.br Ao final da coletânea de contos escritos com humor aguçado para nossa humanidade e olhar crítico para nossas desumanidades, percebi que jamais me esquecerei dos personagens que Estevão nos apresenta: o xamã desaparecido, o índio que trocou sua filha por uma espingarda, a namorada que veio de outra aldeia, o barco misterioso que flutua pelo rio sem encontrar um porto e tantos outros. O livro do Estevão irá para um lugar especial em minha estante: entre o seu amigo yanomami Davi Kopenawa (A queda do céu) e o polêmico Napoleon Chagnon (Nobres selvagens - minha vida entre duas tribos perigosas: os ianomâmis

Decisão ao fim de anos

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Hoje resolvi: vou mudar o mundo. Não aguento mais o absurdo se tornando  o estado normal das coisas. O aquecimento da terra (plana!),  A morte dos oceanos,  As epidemias de obesidade e ódio,  A solidão espelhada na tela do celular,  O futuro desaparecendo antes do amanhecer. Vou reunir as forças que me restam,  Cruzar o meu jardim de certezas,  Atravessar a rua e conversar com um vizinho, Sobre o que ele quiser.

Desmorolização Parte 2

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Infanticídio

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O uso da cadeirinha, que pode deixar de ser punido com multa segundo o projeto apresentado por Jair Bolsonaro , pode reduzir em até 60% a chance de morte de crianças em acidentes de trânsito, segundo a Organização Mundial da Saúde ( OMS ). Veja  AQUI

Promessas de campanha aos Mortoristas

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Teste para ditadores

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O livro “Como as democracias morrem” de dois cientistas de Harvard (ver abaixo), apresenta uma tabela com quatro grupos de características que indicam se um político (ou nós mesmos) apresenta um perfil autoritário que, depois de eleito, e usando as brechas nas regras da democracia, se torna ditador. É basicamente um teste: quanto mais pontos, é claro, mais chances de encontrarmos um dos ditadores com este perfil, seja no passado (Hitler, Pinochet, Chávez), no presente (Putin, Erdogan, Maduro) ou num possível futuro (Trump é extensamente estudado pelos autores). Proponho que você aplique o teste a um político eleito qualquer e veja sua pontuação. Fiz isto com alguns nomes conhecidos e foi surpreendente o resultado. Grupos de indicadores de comportamento autoritário em candidatos a ditadores: Grupo 1 . Rejeição das regras democráticas do jogo (ou compromisso débil com elas) a) Os candidatos rejeitam a Constituição ou expressam disposição de violá-la? b) Sugerem a necessidade de

Os exterminadores do futuro

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Fundamental ler o texto do André Trigueiro no G1:  “15 pontos para entender os rumos da desastrosa política ambiental no governo Bolsonaro”   VER AQUI

A Escala de Brum

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Sou seu leitor e admiro profundamente a Eliane Brum, jornalista e escritora, que na semana passada publicou um texto mostrando para quem Bolsonaro governa de fato. Para ver o texto completo CLIQUE AQUI Sua profunda reflexão sobre o Brasil neste momento inspirou-me a construir uma escala evolutiva, que batizei de “Escala de Brum”, considerando os principais momentos de desenvolvimento da biologia até chegarmos à humanidade.

A vida é digital?

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Uma parte do mal-estar da incivilização que estamos vivendo nos últimos anos talvez seja o resultado da simbiose que estabelecemos com nossos computadores. Sabe-se que as novas tecnologias moldam nossa visão de mundo e temos cada vez mais incorporado a lógica digital das máquinas inteligentes ao nosso cotidiano, logo, é possível que estejamos desaprendendo a pensar fora do sistema binário dos processadores digitais, do zero ou um. Neste modelo mental, reproduzimos nossos valores dentro da escala do tudo ou nada, do contra ou a favor, do ame-o ou deixe-o e outros sectarismos humanos, os quais tornaram cada vez mais impossível qualquer acordo, solução de compromisso intermediário e de bom senso, ou seja, a convivência democrática. A polaridade política excessiva é uma das condições para a morte das democracias, nos lembram Steven Levitsky e Daniel Ziblatt (Editora Zahar, 2017), ao analisarem como algumas experiências democráticas foram interrompidas na Alemanha, Venezuela, Chile e outr