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Mostrando postagens de janeiro, 2022

Na brecha da esperança

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Há 20 anos era possível alguém prever o que estamos vivendo hoje? Provavelmente não, e é justamente nesta imprevisibilidade do futuro que reside a esperança. Há algumas semanas fiz o desenho acima, tomado pela tristeza diante do crescimento de casos da variante ômicron na pandemia de COVID, assolado que estava pelo sentimento depressivo de que, como idoso, continuaria indefinidamente no distanciamento social, apesar das subsequentes doses de vacinas representadas nas marcas desesperançadas na parede da minha cela doméstica. Dias depois, Jorge Sette e eu conversávamos sobre o futuro do atendimento em saúde no Brasil. Ele é médico e especialista em gerenciamento de saúde e fundamentou com números impressionantes a sua opinião de que temos um futuro preocupante pela frente, no qual as instituições financeiras multinacionais continuarão a absorver os planos de saúde, agravando a verticalização no atendimento médico, aumentando a exploração dos médicos e pacientes, até se tornarem empresas

60 segundos de silêncio

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  Apesar dos médicos seguidores de Olavo de Carvalho desprezarem a ética, continuo acreditando que não posso desejar o mal para qualquer pessoa, mesmo para aquelas que causam a morte de tantas outras, inclusive a sua própria, por ignorarem os conhecimentos científicos e o bem coletivo. Por isso, lamento que mais uma pessoa, desta vez o “ filósofo do palavrão ”, tenha morrido de COVID, depois de ridicularizar a pandemia e a vacina e sofrer alguns dias entubado num leito de hospital. No entanto, tenho que confessar que causa maior tristeza a mim, mais do que a morte de Olavo, os danos à Educação, aos povos indígenas, ao Meio Ambiente, à Saúde, à Economia e à Diplomacia provocados pelos seus discípulos amalucados terraplanistas que se tornaram ministros de um governo genocida, por sua influência direta como guru da família Bolsonaro. Mais do que sua morte, lamento as centenas de milhares de vidas perdidas em decorrência de sua liderança política sobre uma parte dos brasileiros, os quais

Natalia Pasternak mudou minha opinião

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  Mudar de ideia aos 72 anos não é um acontecimento banal, especialmente quando se trata de alterar uma visão de mundo que vinha sendo conservada intacta numa mistura de poucas informações científicas com preconceitos e vieses cognitivos. Pois Natália Pasternak e Carlos Orsi foram capazes de sacudir algumas de minhas ideias preconcebidas, em especial sobre os alimentos transgênicos ou geneticamente modificados. A microbiologista Natália Pasternak acaba de publicar em parceria com o jornalista Carlos Orsi o livro “CONTRA A REALIDADE – A negação da ciência, suas causas e consequências” ( VER AQUI ). Acho que é um livro fundamental para quem deseja compreender os diferentes grupos de negacionistas, que foram unificados em torno do bolsonero e estão causando imensos danos à população brasileira neste momento da pandemia, pois insistem em ideias absurdas que os motivam a negar, atrasar ou atrapalhar de toda maneira possível a vacinação da população e outras medidas de combate a o COVID. Q

Solidariedade + Luta

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DJOCOVID

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Movimentos contra a vacina, humor e corpos em libertação

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Quem se surpreende com a existência de pessoas que são contra as vacinas, em pleno século 21, talvez possa compreender melhor o porquê desta postura negacionista lendo o livro da professora Myriam Bahia Lopes [i] sobre os movimentos antivacinas ocorridos em Londres e no Rio de Janeiro nos séculos 19 e 20, respectivamente. Na pesquisa que realizou para seu doutorado, ela procurou entender as razões dos grupos que se opunham à vacina contra a varíola, assim como tentou captar os sentimentos populares da época a respeito da vacinação, analisando as caricaturas publicadas sobre o assunto. Agradeço à Myriam a gentileza de me enviar seus dois livros recentemente publicados: “Corpos inscritos” (2020) e “O humor contra a violência” (2018), os quais recomendo a quem deseja compreender melhor as pessoas que são contra as vacinas e o papel dos humoristas e cartunistas na luta contra a violência. Em “Corpos inscritos”, dentro do conceito de John Stuart Mills de que “aquele que conhece apenas o s

Venha participar! (do debate, é claro)

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Brazilian Capitólio

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Spoiler

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à maneira de Itabira No fim do caminho tinha uma escada tinha uma escada no fim do caminho tinha uma escada no meio da escada tinha uma vertigem.                No meio da vida havia um caminho               h avia vida no meio do caminho                havia vida e caminho                uma vida em meio ao caminho    Nunca me esquecerei desse atrevimento                               de escolher caminhos na vida. Nunca me esquecerei da ousadia                               de pensar que havia um caminho,                             uma vida sem medo                  e sem escada. 

Omicron

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Yanomamis

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O Hiram Firmino, editor da revista Ecológico, pediu-me uma charge sobre a questão indígena. Enviei-lhe duas, uma foi publicada na última edição da revista ( ver aqui ) e a outra está acima, uma criança Yanomami doente por falta de cloroquina, droga fundamental no tratamento da malária, que foi desviada por bolsonaristas para "tratar" pessoas com COVID.  Ver a foto original e mais informações aqui.  É mais um dos muitos desenhos tristes sobre o genocídio indígena que tenho feito desde a época da ditadura militar, como esta história em quadrinhos, que publicamos em 1979, em defesa dos povos da floresta.  A invasão de terras indígenas é uma política nacional de extermínio, que se iniciou há 500 anos e se agravou no governo Bolsonaro. Precisamos tirar o governo das mãos de fascistas, milicianos e genocidas. Lor