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Mostrando postagens de julho, 2021

DESMONUMENTOS

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Ao contrário de derrubar estátuas de outros tempos e apagar a memória coletiva (ainda que dolorosa), sou a favor de construirmos outros monumentos (desmonumentos) bem na frente daqueles existentes que homenageiam escravocratas, torturado e genocidas. Dou algumas sugestões iniciais a seguir.

Apagando memórias

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  O poste de ontem (ver aqui: https://lorcartunista.blogspot.com/2021/07/borba-x-galo.html ) provocou comentários de amigas e amigos que discordam da demolição de estátuas de torturadores, genocidas e escravagistas. Uma destas opiniões foi do Jean Abreu, historiador, que disse: “Que os monumentos sejam retirados das praças, desde que preservados em museus ou locais de memória para que o passado não seja apagado e possa ser narrado, incluindo a crítica aos opressores.” Uma amiga, que não quis se identificar, mandou-me o artigo abaixo dizendo que é um bom ponto de vista: https://www.theatlantic.com/ideas/archive/2020/06/statues-and-limitations/613444/ Concordo com ambos : devemos preservar a memória coletiva, mesmo dos piores momentos da nossa história, incluindo nela a compreensão atual de que aqueles atos “normalizados”, hoje, são considerados crimes contra a humanidade.

Borba X Galo

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  Por falar nisso, veja neste link a lista de 10 estátuas de genocidas, escravocratas e torturadores que poderiam ser retiradas das praças públicas. https://aqa.nathancornes.com/10-estatuas-pelo-brasil-que-poderiam-ser-retiradas/ Aqui estão outras fontes para entender melhor esta questão: Estátuas de Colombo são o novo alvo do movimento revisionista nos EUA | Internacional | EL PAÍS Brasil (elpais.com) Por que querem derrubar a estátua do Borba Gato (uol.com.br) Monumentos públicos de figuras controversas da história deveriam ser retirados? SIM - 19/06/2020 - Opinião - Folha (uol.com.br) The Guardian.mp4 - Google Drive Veja neste vídeo abaixo a manifestação de várias pessoas sobre a prisão do Galo: https://youtu.be/w9yNeT68bOA

Tiro ao negro

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Esta foto divulgada pelo governo Bolsonaro precisa ser compreendida: seria um homem, provavelmente branco, suficientemente rico para comprar um rifle com mira telescópica, defendendo um matagal pegando fogo, postado ali para afastar agentes do Ibama ou lavradores do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra? Onde está o agricultor? Não há lavoura, não há alimentos à vista, não há terra preparada para ser semeada. Talvez haja covas preparadas fora do nosso campo de visão, não para sementes, mas destinadas a ocultar corpos de possíveis “invasores”. Esta foto, transformada em plataforma ideológica pela Secretaria de Comunicação da Presidência, atinge vários alvos. O primeiro deles, ideológico, é o fazendeiro branco, que se sente autorizado a matar seres humanos para proteger as terras que ocupa, muitas delas compradas de grileiros que invadem reservas florestais impulsionados pelo vale-tudo no campo proclamado pelo presidente genocida. A autorização institucional para a violência é o primeiro

Banda Rivotrio sem Receita apoia Cozinheiras com Amor!

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  A banda Rivotrio sem Receita convida você para uma live em apoio ao projeto “Cozinheiras com Amor”! Neste sábado (31/7/2021) às 20 horas! A live será transmitida ao vivo pelo canal do Youtube da banda Rivotrio sem Receita. Basta se inscrever no nosso canal pelo link https://youtu.be/y3aJ7Y6OoWo Sabe quem são as Cozinheiras com Amor? São mulheres que se dedicam ao fornecimento alimentos, agasalhos e utensílios básicos de higiene pessoal para as pessoas que vivem em situação de rua na cidade de Belo Horizonte. Venha nos ajudar a ajudar estas pessoas! Conheça o projeto “Cozinheiras com Amor”: Facebook: https://www.facebook.com/Cozinheiras-com-Amor-103727641462270/ Instagram: https://www.instagram.com/cozinheiras_com_amor/ Quem puder fazer doações, veja como: 1) Alimentos e agasalhos – ligar (31) 98831-7215 (com Hercília) 2) Qualquer valor em dinheiro, por PIX, transferência ou depósito bancário: PIX: CPF 163.529.876-80 (André dos Santos Alves. Ag.:0084 001 CC:00107330-0)

A vida como ela pode ser – Parte 5 - Final

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  Finalização da conversa sobre a origem da vida entre um cientista do micro e outro do macrocosmo, com palpites e ilustrações de um cartunista (e médico), com o texto do ROMEU que serviu de primeira leitura para nossa conversa com IVO. INTRODUÇÃO O que é vida? Encontram-se muitas respostas, nenhuma inteiramente satisfatória para a enorme diversidade de interesses dos leitores. Pode-se dizer isto porque a pergunta sempre retorna, sempre com alguma lacuna a ser preenchida, novas perspectivas de questões. Tal sensação de incompletude no entendimento é recorrente porque o problema colocado se refere a um sistema complexo – o ser vivo: plástico, cambiante, adaptativo, evolutivo. . . . Tudo que se refere ao ser vivo é complexo, como esporte, música, trabalho etc. A plasticidade é o famoso futebolístico ´jogo-de-cintura´, pelo qual se driblam as adversidades, sacode-se a poeira saindo por cima. Considero este o mais nobre e característico descritor do ser vivo. Diz-se que sistemas complex

A vida como ela pode ser – Parte 4 de 5

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Continuação da conversa sobre a origem da vida entre um cientista do micro e outro do macrocosmo, com palpites e ilustrações de um cartunista (e médico). Terminamos ontem com minha pergunta - Uau, que sensacional! Se compreendi bem, Ivo, você está fortalecendo e dizendo que a hipótese 1 do Romeu, de que a vida é um capítulo da física. Pelo que está dizendo, minha primeira ilustração (mulher/vida correndo no sentido contrário da esteira rolante da entropia) reforça o sentido criacionista da vida na contramão da entropia? Então a mulher (vida) correndo iria acelerar a produção de calor, produzindo mais entropia do que se os planetas (matéria) descaíssem naturalmente pela escada rolante? IVO BUSKO - É essa mesmo a ideia que tentei expressar no início da conversa: a vida auxiliaria na tarefa de aumentar a entropia de todo o Universo. Ela contribuiria com um aumento de entropia que se soma ao aumento que já ocorre com a dinâmica dos sistemas não-vivos. Na elaboração dos números, fiquei com

A vida como ela pode ser – Parte 3 de 5

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Continuação da conversa sobre a origem da vida entre um cientista do micro e outro do macrocosmo, com palpites e ilustrações de um cartunista (e médico). O POST DE ONTEM terminou com Romeu perguntando ao Ivo se ficamos com duas opções, que podem ser complementares: o processo evolutivo da matéria gerou os seres vivos e o subprocesso vida: (1) então a vida é um capítulo da física, pois seu surgimento estaria incluído no processo universal? (2) ou a vida não é um capítulo da física , pois tem características que são contingentes e próprias dela, que não estavam previstas na física, só seriam possibilidades que dependeram de contextos particulares, p. ex., os terráqueos? IVO BUSKO - Dentro de meu limitado conhecimento nessa área, sei que ainda não existem formulações para a origem da matéria escura, além da hipótese básica de que ela teria se formado junto com a matéria bariônica, ambas resultando do mesmo processo (fases iniciais do Big Bang). Esse cenário deverá melhorar quando for pos

A vida como ela pode ser – Parte 2 de 5

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  Continuação da conversa sobre a origem da vida entre um cientista do micro e outro do macrocosmo, com palpites e ilustrações de um cartunista (e médico). Terminamos ontem com minha pergunta dirigida ao Romeu e ao Ivo sobre o sentido da vida. Começamos com a resposta do Romeu. ROMEU GUIMARÃES - Gostei sim, da (sua) definição de vida. "O processo (ontogenético, adaptativo e evolutivo) desempenhado pelos seres vivos". Assim, a definição (agora) recai sobre "o que são os seres vivos" – sistemas metabólicos nucleoproteicos. Neste caso, vale a proposta do Sísifo : todo dia reconstruir o que havia sido feito, infinitamente. Aí entra o problema de caracterizar o processo: o biológico tem a estrutura da biodiversidade arbórea; o físico tem a estrutura da queda lenta entrópica. Figura 1 – Esquema arbóreo da evolução desenhado por Darwin. Nada animador, mas acho que a ideia (da vida como um processo) evolutiva é muito recente e que deve haver algum sentido ainda a ser desco

A vida como ela pode ser

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  Apresento a seguir a primeira parte de uma conversa sobre a origem da vida entre um cientista do micro e outro do macrocosmo, com perguntas, palpites e ilustrações de um cartunista (e médico). Em tempos de crise , como guerras e pandemias, é fundamental mantermos o olhar no horizonte para continuarmos caminhando. Pensar continua sendo fundamental, a despeito da epidemia de negacionismo que nos atingiu nos últimos anos. Por isso, fiz uma provocação dirigida a dois amigos, com visões muito distintas do mundo, sobre o que seria a vida, em si. Um deles, é o médico e biólogo dedicado a estudar a origem molecular da vida, Romeu Cardoso Guimarães , e o outro é o astrofísico Ivo Busko , que trabalha com telescópios espaciais na NASA. Apresentei a eles a pergunta esboçada num post anterior : se vida poderia ser um estado especial da matéria, que emergiria da complexidade resultante da interação de estruturas moleculares formadas pelas forças gravitacionais e atômicas. Esta complexidade, surgi

Nando Motta

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  O amigo Álvaro Nascimento enviou-me este cartum genial do Nando Motta! Acrescento apenas um poemixo inevitável: Os dois homens mais ricos do mundo Foram ao espaço para medir Quem tem o pinto maior. O americano venceu: a fita métrica foi comprada pela Amazon.

DemocraCIA

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Bira, meu amigo e colega de cartunismos, mandou mensagem dizendo que o título deste cartum lembrou Siné, o cartunista francês que morreu em 2016. De fato, assim que Bira falou, minha sensação de deja vú com minha charge se acentuou, pois creio que cometi uma criptamnesia, ou seja, esqueci involuntariamente algo que sabia, pois tenho o livro que o Siné lançou em 1968 (pela Editora Civilização Brasileira, com prefácio do Jaguar) e nele está a charge abaixo. Obrigado, Bira e perdão, Siné, pelo quase plágio.

Um dia antes

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  O que teria eu feito se soubesse um dia antes que você nos deixaria? Largado a torneira vazando, desligado o celular, e escutado sua voz com atenção? Gritado em desespero, implorado, ou aprendido a rezar? Teria a pantera parido sua cria um dia antes do barulho da motosserra e da fumaça? Teria o operário parado as máquinas um dia antes do estrondo na barragem de minério? O que teriam feito as mães japonesas, um dia antes da morte ser lançada por aviões americanos? O que poderia ter feito a menina da periferia, um dia antes da polícia atirar nas suas tranças africanas? O que faremos um dia antes do cabo e o soldado fecharem a suprema corte? Um dia antes, ainda não sabemos que quase nada podemos fazer um dia antes. Lor 18 7 21