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Mostrando postagens de junho, 2022

Eu queria ser Lélia

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  Este cartum é inspirado na grande escritora feminista Lélia Gonzalez , que descobriu a verdadeira língua do povo brasileiro, o pretuguês. Li recentemente “ Por um feminismo afro-latino-americano ”, que antecipa as denúncias de Angela Davis e bell hooks de que sofremos num patriarcado supremacista branco capitalista imperialista . Há mais de 20 anos, uma de minhas filhas, brincando com meu ativismo político, disse “ papai acha que ele é uma mulher, preta e pobre ”. Pois este é o maior elogio que já recebi. Quem sabe, ainda descubro um jeito de me transformar numa verdadeira mulher negra e revolucionária, como Lélia Gonzalez. Lor

Pela descriminalização de todas as drogas

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  Como nos alerta a própria capa deste do livro “ Um preço muito alto ” de Carl Hart, “não é sempre que lemos um livro que detona tudo que foi falado sobre drogas!” E olha que tive acesso à farmacologia de muitas delas e me julgava liberal e bem informado! Carl Hart nos fala sobre sua vida, um jovem que tinha grandes probabilidades de ser mais um homem negro capturado nas armadilhas do racismo e se tornou um neurocientista especializado em drogas numa das principais universidades norte-americanas. Ele mostra o papel dos acasos que o conduziram por trilhas diferentes de seus parentes e amigos. Este livro reorganizou minha visão sobre as drogas e definiu uma plataforma política para as drogas coerente com a ciência. Consistente com documentos científicos, Carl Hart recompõe as fronteiras da ciência (esgarçadas pelos tempos de opiniões e fake news) e apresenta justificativas racionais (políticas, econômicas, sociais, farmacológicas) para a descriminalização de todas as drogas (para quem

Um mundo sem guerra é sonho ou projeto político?

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Sim, Francisco, você tem razão: ler Domenico Losurdo mexe profundamente com nossa cabeça. Andei lendo três dos vários livros deste filósofo e historiador italiano, que morreu em 2018, aos 76 anos, depois de se tornar um dos maiores estudiosos do pensamento do comunista Antônio Gramsci . No primeiro livro, “ Marxismo ocidental ”, aprendi com Losurdo que nós, marxistas ocidentais, temos adotado uma expectativa messiânica sobre a construção internacional do socialismo e desprezado as conquistas obtidas nas lutas anticoloniais, como as revoluções na Rússia, China, Vietnã, Cuba e outras no continente africano, que precisaram adaptar as teorias marxistas às condições históricas objetivas que encontraram para conseguirem sobreviver ao ataque destruidor das forças capitalistas e imperialistas. No livro “ Stalin ”, também surpreendente, o filósofo italiano realiza a proeza de reconstituir historicamente a figura do principal dirigente da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, contextuali