Farsas promessas





Vejam só! Tenho acreditado que grande parte do ódio que nos invade atualmente seria decorrente da frustração diante da incapacidade da social democracia em atender as expectativas de uma vida melhor para a maioria das pessoas. Esta convicção foi profundamente modificada pela entrevista do Rodrigo Nunes, professor de filosofia da PUC do Rio de Janeiro.

Segundo ele, ao contrário, “essa crise advém da frustração daquelas promessas que foram apresentadas no início da ascensão do projeto neoliberal em diferentes partes do mundo e que são promessas não cumpridas, que não foram entregues até hoje.” 

Ou seja, as promessas seriam as mesmas, mas feitas pela direita e não pela centro-esquerda.

Sua entrevista mostra como “a ascensão do neoliberalismo, no final dos anos 1970, na Inglaterra, nos Estados Unidos, mas também mais tarde em lugares como a América Latina, nos anos 1990, ou no Leste Europeu, se dá sempre em meio a promessas de abundância, de meritocracia, de reconhecimento do mérito e do esforço. Ideias de dinamismo econômico contínuo, por oposição ao que teria sido a inviabilidade de longo prazo do projeto do Estado de bem-estar social.”

Rodrigo Nunes faz uma crítica às ideias de progresso contínuo, que já defendi aqui com argumentos de Pinker e outros. Ao contrário, ele mostra que “temos um sistema econômico que tem patrocinado sistematicamente um aumento da desigualdade. As taxas de crescimento vêm decaindo. É importante e interessante observar que o neoliberalismo falhou, inclusive nos seus próprios termos, inclusive como uma solução de longo prazo para o capitalismo.”

Ao final, ele propõe a radicalidade nas propostas para a saída da crise pois “é absolutamente urgente, tanto por conta dos riscos que a gente corre com essas dinâmicas de polarização, quanto pelo fato de que o relógio está correndo contra nós em relação ao aquecimento global.”

Vale ler na íntegra o que escreveu Rodrigo Nunes (aqui).



Lor 




 


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