Símbolos concretos

 



Para colegas de remo


Ainda que legalmente válida, a viagem de Lula para a conferência do clima no Egito a bordo de um jato particular – veículos extremamente condenados como grandes poluidores pelos ambientalistas – na companhia do proprietário do avião - um empresário da doença, já condenado por corrupção e que devolveu milhões de reais aos cofres públicos - parece-me um erro ético duplamente simbólico.


Primeiro, por deixar uma pegada de carbono desnecessária e contrariar o próprio espírito da preservação do ambiente do evento internacional. Segundo, mas não menos importante, por novamente estreitar relações de favorecimentos com o empresariado milionário que corrompe a máquina pública.

É no dia a dia, passo a passo, que o presente se transforma em futuro e quaisquer desvios de poucos centímetros à direita hoje podem representar abismo intransponível algum tempo adiante.

A ética pública não é assunto menor, não é bobagem dos ingênuos ou puristas e nem alimento para a direita, mas sim o alicerce simbólico sobre o qual se constrói a confiança da população na democracia e no governo eleito.

Exigir ética em TODOS os seus atos será puxar para a esquerda a corda amarrada na cintura de Lula, trazê-lo para o lado da classe trabalhadora.

Portanto, todos os dias, minuto a minuto é tempo de lutar por aquilo que, no presente, consideramos o mais correto, pois não sabemos os desdobramentos futuros.

Do contrário, o passado - que não mais queremos, - voltará a jato.

Lor

Comentários

  1. De acordo.
    A mulher de César não deve apenas ser honesta, mas também parecer honesta.

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  2. Concordo com tudo, Lor!

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