Manifesto filosófico de Galileu

 


Alerta!

Estamos num universo formado por energia em expansão aleatória, não sabemos sua origem antes do Big Bang e nem o que há para além dos seus limites, que são inatingíveis pela ciência contemporânea.

A formação dos primeiros átomos se deu ao acaso, por condensação gravitacional da energia, gerando em seguida estrelas e galáxias.

Portanto, o acaso é um dos princípios fundamentais do universo, da origem da vida em nosso planeta e da sua evolução.

A espécie humana surgiu numa longa sequência de casualidades, entre elas as características neurais que permitem a linguagem, e com isso se tornou capaz de representar a vida no presente, no passado e no futuro, ou seja, construir narrativas, histórias.

As diversas civilizações humanas negam o acaso e atribuem sua história a decisões divinas ou voluntárias, tomadas a partir de valores religiosos e morais.

Elas precisam negar o acaso porque ele contraria o senso comum de que possuímos livre arbítrio, ou seja, o acaso atrapalha o julgamento social da responsabilidade individual, da moral, da justiça e da meritocracia.

Sem os valores culturais baseados no livre arbítrio, não são possíveis as noções de tribo, pátria, família, propriedade, política ou progresso.

O acaso corrompe até mesmo o desejo de transformar a sociedade atual num outro mundo sem acasos.

O acaso é realista demais para nossa ilusão existencial.

Então, convoco todas as pessoas, que por acaso estejam lendo este manifesto, a gritarem comigo:

Abaixo o acaso! 

Queremos continuar iludidos!

 

Galileu Galinhei

Parque Lagoa do Nado, final de 2024


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