Em busca do senso perdido
Para Flora Augusta
Tenho sido um leitor voraz na esperança de que, em algum
momento, alguém venha revelar o sentido da vida para mim. Os anos se passaram e
cheguei à “A Velhice” de Simone de Beauvoir, um ensaio profundo que ela escreveu
aos 62 anos em busca da compreensão dos significados social, psicológico,
político, econômico e filosófico da fase da vida quando nos tornamos velhos.
Apesar de eu estar atrasado em mais de meio século, - embora, talvez, na idade suficiente para o ler - tenho descoberto no texto de Simone que a maioria
dos escritores e artistas – em cujas obras busquei respostas para minha
angústia existencial – lutava ansiosamente com a mesma perplexidade diante do próprio
envelhecimento, o qual, de formas variadas, lhes revelou a falta de sentido nos
modos de vida que construímos nas diversas sociedades humanas.
Ao que parece, segundo Simone, passamos a maior parte de nossas vidas obrigados
a nos ocupar com outras coisas e não nos sobra tempo para compreender este fato.
Como ela diz nesse trecho:
O cartum acima é inspirado na Simone e o título
uma paródia de À la recherche de temps perdu, do Proust, que, como você, também não
tive paciência para reler, cara Flora.
Voltarei à Simone em breve.
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