Tempero do Neymar



Alguém insistiu com meu neto Antônio, quando ele tinha 3 anos:

- Come o bife de frango, Tom!

- Frango?

- Isso, come a galinha...

- Galinha?! A gente come galinha!!!??

Seu espanto foi aumentando à medida que tentavam convencê-lo de que, sim, comemos galinhas, porcos, bois...

- A gente come porco!!??? A gente come boi!!??

Desesperado, fugiu da mesa e desde então se recusa a comer carne sempre que pode.


Agora, me tornei seguidor do Antônio, pois também não como animais mortos, por dois motivos.

O primeiro, porque sim, concordo com ele que matar animais para comer é uma violência que cometemos contra seres não humanos que sentem dor, medo, aflição, desespero e desejo de viver como nós, humanos.

Segundo, mas também importante, é porque ao comer carne tenho contribuído para a invasão de terras indígenas, para o desmatamento da Amazônia e para o aquecimento global.

Parar de comer carne é pouquíssimo, eu sei, mas é uma das coisas que posso fazer. Se muita gente topar essa parada, quem sabe um dia vamos incomodar os donos da boiada.

Tom, estamos juntos em defesa dos animais e do planeta!


Lor

PS: Quanto ao ouro, a última vez que comprei algo desse metal foram as alianças de casamento, há quase 50 anos. Naquela época, assim como hoje, não se sabia a origem legal ou ilegal do metal (ver na Folha de São Paulo desta semana como o garimpo esquenta o ouro ilegal).

Se você deseja saber mais sobre como ser politicamente ativo nesta questão, veja este artigo do George Monbiot (está em inglês com opção para a tradução para o português). Veja apenas um dos parágrafos do artigo:

"O consumo de carne é o principal agente de destruição do habitat e perda da vida selvagem . Está causando rios destruídos e zonas mortas no mar . Ele gera mais emissões de gases de efeito estufa do que todos os meios de transporte do mundo . Ele se espalha por vastas extensões do planeta, infligindo enormes custos de carbono e destruindo ambientes ecológicos . Tanto histórica quanto atualmente, a pecuária é provavelmente o agente mais poderoso do mundo na grilagem de terras coloniais e no deslocamento de povos  indígenas

Substitutos de produtos de origem animal podem reduzir bastante esses danos . Eles podem permitir que vastas áreas sejam devolvidas aos povos desalojados e aos ecossistemas que eles defendem."

Veja também esta reportagem do site "OUTRAS PALAVRAS" sobre como a indústria da carne suborna cientistas para lançar dúvidas sobre o papel da pecuária no aquecimento global, como fazem as petrolíferas e fabricantes de cigarros. 



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