Baby bombers


(falso Hay Kay

no estilo clássico japonês de 5-7-5 sílabas,

que talvez interesse a amigues que nasceram

logo depois da Segunda Guerra)

 

O fim do mundo

começa em mim e na

minha geração

 

Comemos terras

devoramos florestas

cuspimos lixos

 

Em três décadas

abrimos quase todas

portas infernais

 

Nossa herança

será calor e fome

guerras e secas

 

Não há desculpas

para crianças mortas

na queda do céu

 

Por isso sinto

vergonha e o luto

por ter falhado

 

Nada redime

a idade e culpa

por superviver.

 



Então vejo o

araticum vivo que

a neta plantou

 

Mísero broto

que contradiz meus versos

e nega o fim.





 

Comentários

  1. Me emocionei, amigo.
    Uma cascata de habitais de conteúdo sombrio, mas fecho esperançoso. É esse o LOR que conheço!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário que será enviado para o LOR.

Mais visitadas

PJ, o duro

Este livro é uma ousadia

A história em quadrinhos sobre a Amazônia