Pornochanchada... Nessa hora?
Minha primeira reação foi de dúvida, em meio ao estado de humor abismado que tenho vivido desde a última tentativa de golpe bolsonarista, no domingo passado: - filme sobre pornochanchada? Nessa hora?
Tenho andado assustado com a revelação da trama preparatória para a anulação da eleição de Lula e as evidências sugerindo que houve apoio à invasão criminosa da Praça dos Três Poderes do lado de dentro dos quarteis, que permanecem em silêncio. Seria um silêncio apropriado à sua conformação obrigatória à nova ordem? Ou um silêncio de rancor e ódio em fermentação? Ou um silêncio envergonhado diante das cenas de porco-chanchada filmadas pelos próprios atores, fãs alucinados e paus-mandados das gloriosas forças armadas no ataque reprimido rapidamente pelo governo do Dr. Lula?
Então, ver o filme “O país da pornochanchada” faz sentido neste momento, porque, segundo o Bernardo, “o documentário pode nos ajudar a entender parte da história do cinema e da cultura brasileira, assim como um pouco da deformação sexual e afetiva da nossa masculinidade”, o machismo estrutural, que é uma das forças motrizes do bolsonarismo.
Ainda segundo Bernardo é um filme divertido, um olhar sobre o cinema brasileiro dos último 50 anos que traz imagens marcantes, especialmente para quem foi jovem nos anos 70. O roteiro mostra o filho de um diretor de filmes dos anos 1960-1970 que procura o último filme inédito do pai, perdido com o tempo. Em sua busca, ele acaba não conseguindo completar a pesquisa por conta da precariedade dos acervos e por conta da pandemia. Por conta disso, ele decide então recontar a história do gênero da pornochanchada do Brasil através de um viés particular.
Então, quem sabe a gente se encontra na pré-estreia e aproveita para se preparar para o lançamento, em breve, de outro filme em andamento sobre a prisão do mito golpista?
LOR
(Ingressos livres - basta pegar 15 minutos antes na bilheteria)
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