Tiro ao negro
Onde está o agricultor? Não há lavoura, não há alimentos à vista, não há terra preparada para ser semeada.
Talvez haja covas preparadas fora do nosso campo de visão, não para sementes, mas destinadas a ocultar corpos de possíveis “invasores”.
Esta foto, transformada em plataforma ideológica pela Secretaria de Comunicação da Presidência, atinge vários alvos.
O primeiro deles, ideológico, é o fazendeiro branco, que se sente autorizado a matar seres humanos para proteger as terras que ocupa, muitas delas compradas de grileiros que invadem reservas florestais impulsionados pelo vale-tudo no campo proclamado pelo presidente genocida. A autorização institucional para a violência é o primeiro passo para o estado nazi-fascista, nos ensina Hannah Arendt.
O segundo alvo será o peito de um trabalhador sem-terra, que ouse se aproximar da terra degradada para engordar boi ou plantar soja para exportação e não para alimentar o povo brasileiro. Talvez venha a ser o coração de um homem negro, que irá ocupar as covas preparadas pelo ódio, um subproduto do agronegócio.
O terceiro alvo é a nossa democracia, mais uma vez gravemente ferida pelas milícias do capitão do mato.
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