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Mostrando postagens de 2015

Impressões de Cuba 5 – Gerardo, um dos últimos soldados da Guerra Fria

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No Nateu de 2012 (isso mesmo, o nosso Natal de ateus), recebi de presente da minha filha Ana o livro do Fernando Morais “Os últimos soldados da Guerra Fria” com a carinhosa dedicatória: “Para meu pai querido, último soldado de várias guerras, contra a injustiça, a pobreza (de espírito principalmente) e a falta de poesia no mundo”. Nos dias seguintes, mergulhei na leitura do livro, uma história emocionante descrita de forma magistral pelo Fernando Morais, sobre a rede de agentes secretos que Cuba infiltrara entre os militantes anticastristas de Miami e que fora descoberta pelo FBI, com a consequente prisão dos cubanos, entre eles Gerardo Hernández, um diplomata convertido em agente da inteligência.  O livro conta como foi que um pouco mais de uma dezena de cubanos e cubanas se infiltraram entre os anticastristas na Flórida para tentar parar os constantes atentados cometidos contra Cuba pelos militantes de extrema direita. Os agentes cubanos foram julgados e condenados à prisão

Impressões de Cuba 4 – O companheiro de Che Guevara

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A fotografia acima, que retrata Che Guevara em sua mula predileta, é muito famosa em Cuba, pois foi realizada durante a guerrilha que derrubou Fulgêncio Batista, um instantâneo colhido por um dos guerrilheiros e também fotógrafo chamado Perfecto Romero. Esta e outras fotos realizadas por ele foram utilizadas no Memorial para o Chê Guevara em Santa Clara (foto abaixo) e estão presentes em várias publicações históricas e nas salas do Museu da Revolução, que visitamos em Havana.  Conheci Perfecto na caravana promovida pela União Nacional dos Escritores e Artistas Cubanos, numa viagem de ônibus até Santa Clara, onde participamos de diversas atividades, entre elas o Salão de Melaíto, o mural na cidade, visitas a exposições e centros culturais e a amostra especial de cartunistas brasileiros denominada “Aquarela do Brasil”. Depois de acomodados num pequeno hotel reservado pelo Comitê

Impressões de Cuba 3 – Muros, murais e fronteiras

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A imagem acima é a página 2 do jornal Vanguardia, que reúne os cartunistas que criaram um mural no centro da cidade de Santa Clara, uma atividade tradicional em todos os salões de Humor do Melaíto. A proposta deste ano fora que cada um de nós escolhesse entre os temas PAZ ou TERRORISMO. Esbocei um cartum que traduzisse minha hipótese de que a paz entre as pessoas somente ocorrerá quando não houver mais fronteiras, de quaisquer tipos: geopolíticas, étnicas, econômicas ou culturais. Por isso pintei com a ajuda da Thalma o desenho abaixo, enquanto me divertia com o genial Santiago entre um gole e outro de rum. É importante lembrar que a frase “PÁTRIA OU MORTE” está presente nos poucos outdoors existentes em Cuba, um lema proposto por Fidel Castro diante dos ataques militares, sabotagens e intimidações por parte dos Estados Unidos no início da década de sessenta. O nacionalismo tem sido inseparável de muitas revol

Impressões de Cuba 2 – Totens e tabus

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O desenho acima é do cartunista francês Bernie, que foi considerado pelo júri (foto abaixo) como o melhor no tema erótico (o Salão de Melaíto tem duas categorias: humor geral - ver post de ontem - e humor erótico). Jurados do Salão de Melaíto de 2015 – os cubanos Laz (presidente), Lacoste, Linares e Rolland e os brasileiros Lor, Thalma e Santiago. A premiação de um cartum cujo tema envolve pedofilia e igreja católica é um fato a ser comentado no contexto político de Cuba, pois a partir de algumas conversas com os cartunistas fiquei com a impressão de que pelos menos três temas são tabus nas publicações humorísticas (todas elas sob controle ou fortemente influenciadas pelo Partido Comunista Cubano): religião, homossexualidade e Fidel Castro. Para conferir esta impressão, revi os temas abordados em 217 cartuns publicados por diversos cartunistas cubanos nos jornais de humor MELAITO e LA PICÚA nos últ

Impressões de Cuba 1 – Ares cubanos (REVISADO EM 3/5/22)

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ESTE TEXTO, E OS DEMAIS QUE SE SEGUEM SOBRE CUBA, FOI REPENSADO EM 3/5/2022  VER AQUI   Os três cartuns acima, criados pelo cartunista Arístides Esteban Hernández Guerrero (ARES, ver  aqui ), foram considerados como o melhor conjunto de trabalhos no XV Salão Internacional de Humor de Melaíto, acontecido na semana passada em Santa Clara, no interior de Cuba e cidade famosa por conter o memorial do Che Guevara.  Participei do júri, formado também pelos brasileiros Thalma e Santiago (um dos grandes cartunistas brasileiros – ver aqui ) e os cartunistas cubanos: Laz, Lacoste, Rolland e Lino. Esta viagem a Cuba foi uma experiência inimaginável, transformadora e, me parece hoje, será de grande importância por toda a minha vida, comparável à primeira vez que saí do Brasil em 1986, para ir a Paris como parte do Prêmio Globo de Quadrinhos que conquistei com a tira de humor “Telinho”. Começo o relato da

clima de natal

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Hasta la vista, babies!

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Detalhes tão pequenos de nós dois...

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Golpe de vista

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Urubus ou tucanos?

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Hoje estou no HUMORDAZ com a sabedoria popular

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Entrevista do Ciro Gomes de ontem explica o impeachment da Dilma

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Este desenho foi publicado em 2002, mas hoje eu retiraria a lupa, pois os peixes (Cunha, Temmer, Padilha, Collor, Renan, Delcídio, Zé Dirceu, banqueiros, fazendeiros e empresários...) se revelaram ainda maiores do que ele dizia naquela época!  Ver entrevista  AQUI

Democracia

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Reemprego

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Facebook: não quero participar do caleidoscópio.

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Dias atrás, Thalma repetiu-me a pergunta que meu amigo cartunista Duke já fizera: por que não publico meus desenhos no Facebook, uma vez que eles teriam maior visibilidade, atingindo mais pessoas do que no formato de postagens em blogs? De imediato, respondi a ambos que nada teria racionalmente contra o Facebook, mas não era atraído pelo convívio social da maneira como ele acontece naquela rede social, apesar de ter nela participado por uns tempos. No entanto, a dúvida da Thalma e do Duke motivou-me a compreender melhor meu distanciamento do Facebook. A primeira questão é: por que publicar meus cartuns? A criação dos desenhos atende a desejos internos pouco controlados por mim, mas, em geral, eles surgem como impulso criativo involuntário em resposta às mais diversas ansiedades causadas pelo mundo em suas múltiplas dimensões: uma violência contra uma mulher ou uma criança, um atentado jihadista, uma mentira política, uma experiência pessoal diante da morte, do envelhecimento ou do am

Hoje estou no HUMORDAZ com dois pesos e duas mentiras provisórias

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Para Luíza e Jorge

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Inocência premiada

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A civilização como efeito colateral ou sequela?

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Semana passada, depois de uma boa conversa sobre psicanálise, minha filha Luíza comentou que eu havia dito em algum momento que a civilização seria uma sequela do nosso cérebro primata muito desenvolvido intelectualmente. Jacqueline perguntou-me como eu havia chegado a esta conclusão, ao que respondi que foram as leituras ao longo da vida e minha própria linha de pesquisa na universidade. Ela então me pediu indicação de algum livro onde ela pudesse encontrar esta ideia. Passei os últimos dias pensando sobre isto e não consegui encontrar num único autor a sequência completa de passos racionais que desenvolvi para chegar àquela conclusão. Cada um dos pensadores que alimentaram meus pensamentos poderia fundamentar melhor o significado de cada etapa sem, no entanto, concordar obrigatoriamente com a anterior ou a seguinte. Por isso, assumo a responsabilidade pela especulação completa que parte, é claro de meus fundamentos biológicos. Para que possamos prosseguir nesta fantasia da possível

ICEMERD

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Hoje estou no HUMORDAZ com a verdadeira tolerância religiosa

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O JOGO

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NEW (R)AGE

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