Julia Rocha, muito +Médica
Desde as
primeiras páginas de “Pacientes que
curam”, Júlia Rocha abriu meu coração com delicadeza e me conduziu pelas
vidas das pessoas que ela atende como médica no Programa de Saúde da Família,
do SUS.
Guiado por
ela, fiz um percurso pelas histórias exemplares que florescem em toda casa da
periferia de Belo Horizonte. A cada três ou quatro páginas, eu não conseguia
conter as lágrimas: de tristeza pelo sofrimento causado pelas doenças, de indignação
e raiva pela miséria causada pela estrutura social em que vivemos, mas, principalmente,
chorei pela esperança que Júlia desperta ao mostrar que existem pessoas como
ela e que um outro mundo é possível.
Quando era
menino, eu admirava meu pai José Benedito Rodrigues pelo seu trabalho como
médico da roça, como ele se intitulava, atendendo as famílias na periferia de Jesuânia
e Lambari, nossas cidades no Sul de Minas. Papai era apaixonado pelo trabalho e
seu lema de vida era “quem não vive para servir, não serve para viver”, um aforisma
um tanto duro, é verdade, acho que inspirado num militar, o marechal Rondon. Por
isso, papai trabalhou até os 89 anos, quando um infarto o aposentou contra a
sua vontade.
Ao longo da
vida conheci pessoalmente médicas e médicos admiráveis por diferentes qualidades,
como Leonardo Diniz, Moisés Chuster, Lúcia Foscarini, Cid Veloso, Luiz Otávio
Savassi, Enio Cardillo, Carlos Alberto Faria, José Renan, Vincent Riccardi e
minha filha Luíza de Oliveira Rodrigues, que inspiram meu desejo de também ser um
bom médico. Júlia Rocha veio se juntar a essa turma, a minha verdadeira
Academia de Medicina.
Depois do seu
livro, Júlia, dei mais um passo para melhorar o atendimento às pessoas com
neurofibromatose, pois você me encorajou a estar mais próximo delas, fazer
parte de suas vidas. Sua intimidade com as famílias que atende, Júlia, é
contagiante, por isso, “Pacientes que curam” é o livro mais emocionante e dos
mais importantes que já pude ler.
Mas Júlia é
mais do que médica: é uma pessoa plenamente engajada na vida como mãe (o
trabalho mais importante na produção da riqueza humana – que Marx não valorizou
o suficiente), cantora, compositora, youtuber e
candidata a deputada
federal (2100) pelo Partido Comunista Brasileiro.
Júlia é praticamente
uma nova sigla inclusiva: JULIA+
Nem preciso dizer que meu voto é para ela.
Lor
setembro
2022
Veja este vídeo com a Júlia sobre seu livro:
Não conhecia essa moça@ Exemplo de vida.
ResponderExcluirLindo, humano e emocionante este depoimento.
ResponderExcluirLindo depoimento, vindo de uma médica, mulher e cuidadora da saúde das pessoas... Deus ilumine suas escolhas, seu trabalho.
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