O professor e amigo de tantos de nós, o querido Enio Cardillo Vieira , faleceu ontem subitamente, como ele esperava que assim fosse, sem agonias nem sofrimentos finais. Também de acordo com seu desejo formalmente documentado, seu corpo foi doado à Faculdade de Medicina para que estudantes possam aprender com ele, numa derradeira aula, uma lição de paixão pelo ensino e pela universidade pública. Espero que as pessoas jovens e aprendizes que terão este privilégio sejam capazes de imaginar o imenso conhecimento científico acumulado no seu cérebro, que permaneceu lúcido para além dos oitenta anos, com senso de humor e visão crítica do mundo. Se houvesse algum instrumento de neurofisiologia sensível o bastante para reproduzir algumas das memórias prediletas do Enio, as pessoas perceberiam ecoando pela sala de anatomia alguns fragmentos das músicas que ele tanto amava e estudava. Também é possível que jovens estudantes, diante do seu corpo magro, mas forte e esbelto pelas caminhada
Para Cris e Zé Com 40 anos de atraso li o romance “ O Mulo ” de Darcy Ribeiro, escrito cerca de 30 anos depois que Guimarães Rosa publicara “ Grande Sertão: Veredas ”. Todo este tempo foi necessário para que eu pudesse compreender melhor o que está escrito nestes livros. Sem spoiler, o paralelo entre os dois personagens principais, Coronel Filó e Riobaldo, é inevitável: ambos são fazendeiros poderosos, cercados de jagunços fiéis, vivendo seus últimos dias no interior do Brasil, depois de terem passado por tempos de violência e paixões. Sabemos de suas histórias pelos monólogos que realizam, recordando suas lutas e vivências – o Mulo, apelido do Coronel Filó, - numa confissão escrita a um suposto padre, e Riobaldo conversando prolongadamente com um interlocutor da cidade, nós os leitores. Ambos os personagens são católicos e questionam seus destinos nas mãos de Deus, do Diabo, remoendo episódios cruciais de suas vidas em busca de compreensão e sentido. Apesar de estilos literários di
Quem conhece, ama. Acho que este conceito foi uma das inúmeras coisas que aprendi com Ziraldo. Além da admiração pela pessoa fascinante e pela sua arte viva , sou grato a ele por ter me incentivado a publicar meus cartuns, o que me salvou da depressão na ditadura e abriu para mim um mundo novo há meio século. Mas não estou sozinho na gratidão à pessoa mais apaixonada por gente que já conheci: somos milhões aqueles que aprenderam com ele a desenhar um mundo melhor. Por isso, alguns destes discípulos apaixonados nos reunimos numa exposição, a partir de hoje, em Ipatinga, em homenagem ao nosso mestre maior Ziraldo, organizada pelo amigo e irmão de ziraldices Genin. Ver aqui . Obrigado por me convidar para contribuir para esta festa de amor com a caricatura acima. Viva Ziraldo!
viva Lor! me lembrou o conto João Felizardo dos irmão Grim..
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