minha mãe




quando você se foi,

esqueceu a porta aberta

e por ela penetraram sombras.



agora, nada me separa dos ruídos da rua,

dos gritos aflitos das pessoas contaminadas por vírus aleatórios,

das ruínas do mundo desabando sob o peso da entropia,

do resfriamento progressivo dos planetas e dos corpos

envenenados pelo tempo.



nada mais me protege

do caos iminente,

do terror noturno

e do absurdo dos meus sonhos.



você deixou a morte entrar na minha vida.

















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