Sou brasileiro, branco, homem, formado em medicina e professor universitário aposentado, portanto sou pertencente à classe média, no sentido econômico e ideológico do termo. Meu olhar sobre Cuba, ainda que submetido a uma tentativa de controle consciente em decorrência de minhas posições políticas, certamente é perpassado pelos valores da classe à qual pertenço, ou seja, o conforto cotidiano, os valores da educação formal, as expectativas civilizatórias ocidentais e a liberdade de opinião e a democracia eleitoral. Consequentemente, nos sete dias que passei em Cuba percebi algumas coisas que me incomodaram e para as quais busco um significado real além do colorido ideológico de minhas retinas. A primeira delas é que é um país submetido a uma guerra econômica, como já comentei, gerando pobreza, escassez de recursos essenciais e clima de restrição democrática de opinião. No entanto, apesar da pobreza geral, há uma altivez no olhar dos cubanos, co...