Pó & Ética no vazio
Exiladas dos céus as últimas nuvens,
desaba sobre os refugiados o zênite solar.
Ressecadas as folhas outrora verdes,
empilham-se moribundas
como promessas descumpridas.
Arrancado o carcomido tronco,
espalha-se a fome líquida
em securas irrecuperáveis.
Apodrecidas as derradeiras raízes,
homens e bichos,
tudo se adeserta indiferente,
grãos de sílica e bites.
A árvore do amanhã não sobrevive,
tão longa é a estiagem de estrelas.
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