Bastidores de uma caricatura - Darcy Ribeiro


Darcy Ribeiro causou-me fortes impressões desde menino, quando a primeira informação que recebi sobre ele foi de que se tratava de um comunista perverso que queria destruir a família brasileira. A primeira "caricatura" do Darcy, portanto, foi-me ensinada na década de sessenta pela Igreja Católica, essa mesma do Papa Francisco.

Depois, já convertido para a oposição à ditadura militar, redescobri o Darcy como um dos heróis brasileiros no exílio, justamente por ter tentado melhorar a vida da família para TODES os brasileires.

Na década de 80, li seu livro KADIWEU, baseado no estudo antropológico que realizou durante muitos anos entre os Guaicuru, que me impressionou tanto que criei um personagem de quadrinhos incorporando sua descrição do semideus Kadiweu, o Gu-Ê-Krig.

Aí, Darcy aderiu ao Brizola e passei a vê-lo como um populista estagnado no tempo. Parei de ler suas coisas.

Em 1995, dois anos antes dele morrer, vi uma entrevista sua e me encantei de novo com aquela pessoa apaixonada e apaixonante, o primeiro brasileiro nato que conheci. Então, fiz sua caricatura (acima), que foi publicada em algum jornal que não localizo mais.

O tempo passou e Domenico de Masi, com seu “O Futuro Chegou”, me despertou novamente para o Darcy e resolvi ler seu “O Povo Brasileiro”.

Acabei redescobrindo uma parte do Brasil pelas suas mãos.




 

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