Pré munição...
Esta charge estava pronta antes do incêndio na COP30, para
ser publicada dependendo do conteúdo do acordo final, mas já antecipando que o acordo enfrentaria
a munição pesada do agro e das petroleiras.
O incêndio no pavilhão jogou mais fumaça nos nossos olhos.
Enquanto isso… a Survival Brasil publicou:
Algumas notícias nos tocam de maneira que palavras não conseguem expressar. Vicente Fernandes Vilhalva, uma corajosa liderança Guarani Kaiowá, foi brutalmente assassinado no domingo (16) em seu território, em Mato Grosso do Sul. Vicente lutava pelo direito de seu povo à terra: um direito garantido pela constituição brasileira e pela lei internacional.
No amanhecer de domingo, vinte homens armados invadiram a comunidade de Pyelito Kue. Mataram o Vicente com um tiro na cabeça, feriram outras quatro pessoas e destruíram casas e pertences. Apesar da ameaça de mais violência, a comunidade se manteve firme e se recusou a entregar o corpo de Vicente aos agressores.
Um vídeo compartilhado pela comunidade com a Survival mostra o Vicente poucos dias antes de sua morte, construindo uma casa para sua família em um pedaço de terra que eles haviam retomado recentemente – um símbolo de esperança, resiliência e de retorno ao seu lar.
Outro vídeo que os parentes de Vicente nos enviaram mostra a comunidade enterrando Vicente nesta mesma terra. Um ato final de resistência que possui enorme significado espiritual e político para os Guarani Kaiowá: esta terra é deles, eles são desta terra, e não vão parar de lutar por ela.
“Estamos aqui, nós vamos permanecer aqui e daqui nós não vamos sair”, diz um dos parentes de Vicente.
Portanto, para a comunidade de Pyelito Kue, esta não é apenas a perda de um familiar. Faz parte de uma história de décadas de violência e deslocamento que os Guarani Kaiowá têm sofrido desde que suas terras foram roubadas, ocupadas e destruídas pelo agronegócio. A luta para recuperar suas terras é repetidamente recebida com ameaças e ataques de pistoleiros contratados pelos fazendeiros e da polícia militar, apoiados por políticos e impulsionados pela impunidade.
“Não aceitamos mais ser tratados como invasores em nossas próprias terras”, afirmou a Aty Guasu, a Grande Assembleia Guarani e Kaiowá, em nota.
Na Survival, continuamos ao lado da comunidade de Pyelito Kue. Juntamente com apoiadores como você, temos apoiado essa luta há décadas, aumentando a conscientização internacional sobre os crimes contra eles, pressionando empresas do agronegócio a pararem suas atividades nas terras indígenas e exigindo que o governo devolva seus territórios, conforme garantem as leis brasileiras e internacionais.
No momento, a atenção do mundo está voltada para a COP 30 em Belém. Mas quaisquer promessas feitas lá serão inúteis para os Guarani Kaiowá e outros povos indígenas se não houver o reconhecimento urgente de seus direitos à terra. Aproveite esta oportunidade e envie agora uma mensagem ao governo brasileiro.

🎯 Isso aí. Relatório preliminar de hoje, sexta-feira, sequer menciona combustíveis fósseis.
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