Humor OCASIONAL
Cartuns, charges, quadrinhos, falsos poemas, memórias e outras invenções.
Recomendado para pessoas acima de 75 anos.
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LOR
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Depois da brilhante defesa de Bolsonaro ontem, os
ministros que pretendem preservar a ética e sua autobiografia têm de sair desse governo
até o dia primeiro de janeiro de 2019.
Carlos Starling Dizem que o Rio acorda sempre bonito. No entanto, às vezes o amanhecer vem com gosto de ferrugem na garganta e o sol parece hesitar, como se também tivesse medo de entrar pelos becos onde a vida custa caro demais. Naquela terça-feira de outubro, a cidade despertou não com pássaros, mas com estampidos — uma sinfonia áspera e descompassada que atravessava as janelas e parava o coração das mães antes mesmo do café manhã. Mais uma “operação policial”. Nome técnico, quase limpo, que cabe bem em manchete. Um eufemismo de guerra. Na prática, foi uma rajada curta e grossa na carne da cidade e do país. Cento e vinte e uma vidas, disseram os jornais ao fim do dia — mas os jornais apenas somam, não sentem. O número, redondo e terrível, já supera o do Carandiru, e o espanto se repete: outra vez a morte fez expediente em horário comercial, com conferência de imprensa à tarde e os corpos ainda quentes largados para trás. A Fiocruz — guardiã discreta da saúde e da...
Por Eduardo Gontijo Nenhum acontecimento recente expôs com tanta dramaticidade o abismo ético e moral da nossa época quanto as imagens de Gaza, transmitidas pelas redes sociais e pelos noticiários de TV: crianças com rostos e membros mutilados, mulheres implorando por água e por uma porção de comida, idosos tateando entre os escombros de moradias à procura de restos de familiares. A dor palestina, exibida em milhões de telas, parece ter reacendido – através de incontáveis manifestações em várias partes do mundo – aquilo que deve ser o núcleo ético e político mais antigo do homo sapiens — a compaixão – sem a qual nenhuma comunidade humana pode sobreviver. “O rosto do outro me obriga”, escreveu Emmanuel Levinas – o maior filósofo judeu depois de Martin Buber – em sua obra Totalidade e Infinito. Para Levinas, não há nenhuma mediação ideológica nesse gesto ético inaugural, primordial. Antes de qualquer cálculo político ou racional, o rosto e olhar do outro nos convocam – pelo m...
Há muitos anos ouvi o Millôr [1] dizer que “o ser humano é inviável”. Desde então esta frase de um dos meus ídolos intelectuais tem me intrigado, porque nunca tive certeza se ele estava fazendo uma brincadeira despretensiosa ou se sua afirmativa era resultado de longa experiência de vida e cultura, alguma verdade filosófica embalada pelo seu excelente humor. Tentei em vão decifrar se Millôr se referia ao ser humano enquanto espécie animal ou aquele ser idealizado nos sonhos humanistas ou a ambos. Ao mesmo tempo, esta frase do Millôr me desafiava a concordar ou não com ela, obrigando-me a tentar conciliar numa única resposta as minhas múltiplas e antagônicas personalidades: o médico, o ativista político, o cientista e o cartunista. De um lado, como médico, tenho sido otimista por causa do desenvolvimento da ciência no conhecimento da natureza, que pode levar à cura das doenças e à diminuição do sofrimento humano. Também imbuído de esperança tem sido o meu posicionamento político ...
Muito bom, Lor! Haja humor contra os canalhas!
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