Na brecha da esperança
Há 20 anos era possível alguém prever o que estamos vivendo hoje? Provavelmente não, e é justamente nesta imprevisibilidade do futuro que reside a esperança. Há algumas semanas fiz o desenho acima, tomado pela tristeza diante do crescimento de casos da variante ômicron na pandemia de COVID, assolado que estava pelo sentimento depressivo de que, como idoso, continuaria indefinidamente no distanciamento social, apesar das subsequentes doses de vacinas representadas nas marcas desesperançadas na parede da minha cela doméstica. Dias depois, Jorge Sette e eu conversávamos sobre o futuro do atendimento em saúde no Brasil. Ele é médico e especialista em gerenciamento de saúde e fundamentou com números impressionantes a sua opinião de que temos um futuro preocupante pela frente, no qual as instituições financeiras multinacionais continuarão a absorver os planos de saúde, agravando a verticalização no atendimento médico, aumentando a exploração dos médicos e pacientes, até se tornarem empresas ...