A meritocracia novamente
Num dos primeiros anos deste século, participei de uma comissão na UFMG para distribuir bolsas de iniciação científica. Para quem não sabe, esta bolsa é o primeiro e fundamental passo para a formação de cientistas, o começo da carreira da maioria dos pesquisadores, um divisor de águas na vida de uma pessoa na universidade. Como habitualmente, havia mais projetos de pesquisa apresentados pelos professores do que bolsas disponíveis para seus alunos interessados, e pelas regras seriam contemplados aqueles cientistas que tivessem o melhor currículo, basicamente as pessoas que produziam mais artigos em revistas científicas internacionais. Desta forma, um professor que já possuía uma linha de pesquisa bem estruturada, com várias alunas e alunos de pós graduação, produzia mais publicações do que uma pessoa iniciante na docência e na pesquisa. O resultado deste critério, em geral, fazia com que aqueles mais antigos, mais experientes ou com maior financiamento, que já contavam, inclusive, com o...