Aves raras
Ontem, Miguel Paiva apresentou seu livro Memória do Traço no programa Sempre um Papo com o incansável Afonso Borges.
Miguel é um dos principais cartunistas brasileiros, com uma obra artística extensa (mais de dez mil desenhos), abrangendo desde o cartum e charges, sua vocação primeira, até ilustrações, quadrinhos, pintura, televisão, cinema e teatro.
Miguel pertence à geração intermediária de cartunistas (como Nilson e eu, que estávamos no encontro ontem) que se situam entre a turma do Millôr Fernandes, Ziraldo e Jaguar, e os atuais cartunistas, como o grupo entusiasmado do WhatsApp que está criando a revista de humor Pirralha (com lançamento para breve), entre eles Duke e Guto Respi, que também participaram das conversas.
Miguel relembrou sua participação intensa no Pasquim, o semanário que revolucionou a imprensa brasileira e era um alívio intelectual e emocional para todas as pessoas que se opunham à ditadura militar.
Ao rememorar seu trajeto profissional (ver aqui http://sempreumpapo.com.br/sempre-um-papo-recebe-o-cartunista-miguel-paiva/), Miguel apresentou um painel da evolução da importância do cartunista na cultura brasileira. Com a participação da plateia, falamos das mudanças causadas pela internet, pela diluição do poder antes concentrado nas mãos de poucos veículos de informação e das mudanças culturais e ideológicas da sociedade contemporânea.
Miguel lembrou sua amizade profunda com Ziraldo e trouxe notícias de sua saúde, animando-nos com um relato de um diálogo recente com ele, no qual a vitalidade intelectual do seu pai artístico (e de muitos de nós) permanece viva, apesar das limitações próprias da idade e da sua doença.
Miguel expressou sua tristeza ao ser despedido do jornal O Globo e como situações semelhantes de desemprego têm sido enfrentadas por grandes cartunistas, como o nosso querido Aroeira.
Ao final, falou de seu trabalho no canal Brasil 247 (ver aqui https://www.brasil247.com/), onde está enfrentando o desafio de criar humor para centenas de milhares de pessoas diariamente.
Depois, na velha Cantina do Lucas, acompanhados do médico, escritor e compositor Francisco Bastos, rememoramos casos e amigos presentes e passados. Acalentamos o sentimento do quanto é bom estarmos fisicamente juntos, pois nós cartunistas somos uma espécie rara ameaçada de extinção.
Prometemos manter mais contatos pessoais nestes tempos de hegemonia da amizade virtual, porque precisamos da arte para viver, como disse a Thalma.
Temos que cumprir esta promessa, pois percebemos ontem o risco que corremos de sermos sequestrados por discos voadores ou banidos para sempre da terra plana.
De pé, Nilson, Guto Respi, LOR, Duke. Afonso agachado e Miguel Paiva sentado (foto da Thalma).
Miguel é um dos principais cartunistas brasileiros, com uma obra artística extensa (mais de dez mil desenhos), abrangendo desde o cartum e charges, sua vocação primeira, até ilustrações, quadrinhos, pintura, televisão, cinema e teatro.
Miguel pertence à geração intermediária de cartunistas (como Nilson e eu, que estávamos no encontro ontem) que se situam entre a turma do Millôr Fernandes, Ziraldo e Jaguar, e os atuais cartunistas, como o grupo entusiasmado do WhatsApp que está criando a revista de humor Pirralha (com lançamento para breve), entre eles Duke e Guto Respi, que também participaram das conversas.
Miguel relembrou sua participação intensa no Pasquim, o semanário que revolucionou a imprensa brasileira e era um alívio intelectual e emocional para todas as pessoas que se opunham à ditadura militar.
Ao rememorar seu trajeto profissional (ver aqui http://sempreumpapo.com.br/sempre-um-papo-recebe-o-cartunista-miguel-paiva/), Miguel apresentou um painel da evolução da importância do cartunista na cultura brasileira. Com a participação da plateia, falamos das mudanças causadas pela internet, pela diluição do poder antes concentrado nas mãos de poucos veículos de informação e das mudanças culturais e ideológicas da sociedade contemporânea.
Miguel lembrou sua amizade profunda com Ziraldo e trouxe notícias de sua saúde, animando-nos com um relato de um diálogo recente com ele, no qual a vitalidade intelectual do seu pai artístico (e de muitos de nós) permanece viva, apesar das limitações próprias da idade e da sua doença.
Miguel expressou sua tristeza ao ser despedido do jornal O Globo e como situações semelhantes de desemprego têm sido enfrentadas por grandes cartunistas, como o nosso querido Aroeira.
Ao final, falou de seu trabalho no canal Brasil 247 (ver aqui https://www.brasil247.com/), onde está enfrentando o desafio de criar humor para centenas de milhares de pessoas diariamente.
Depois, na velha Cantina do Lucas, acompanhados do médico, escritor e compositor Francisco Bastos, rememoramos casos e amigos presentes e passados. Acalentamos o sentimento do quanto é bom estarmos fisicamente juntos, pois nós cartunistas somos uma espécie rara ameaçada de extinção.
Prometemos manter mais contatos pessoais nestes tempos de hegemonia da amizade virtual, porque precisamos da arte para viver, como disse a Thalma.
Temos que cumprir esta promessa, pois percebemos ontem o risco que corremos de sermos sequestrados por discos voadores ou banidos para sempre da terra plana.
De pé, Nilson, Guto Respi, LOR, Duke. Afonso agachado e Miguel Paiva sentado (foto da Thalma).
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