Os fantasmas não envelhecem?
Uma lânguida satisfação tomou conta de Edinaldo quando soube que o primeiro namorado de sua mulher havia morrido, não sabia de quê, bastava que estivesse bem morto e enterrado, pois, quem sabe, assim ele deixaria de atormentar seus sonhos, quando aparecia com aquele sorrisinho odioso de superioridade, como se estivesse pensando: eu cheguei antes. Edinaldo acordava ansioso, suado e irritado e gastava um bom tempo do dia seguinte se convencendo de que sua mulher o amava, pois sempre fora uma esposa dedicada e carinhosa, tiveram quatro filhos, agora já crescidos, e rarissimamente o nome, Magno, do primeiro namorado surgira em conversas na sua casa. Depois daqueles pesadelos, Edinaldo se esforçava para melhorar seu humor, martirizado por ideias recorrentes e incoercíveis contaminadas pela dúvida sobre os pensamentos de sua mulher nas horas mais íntimas. Quando tudo retornava ao normal, eis que surge novamente o Magno para azedar sua vida e o que mais incomodava Edinaldo é que nos...