Há uns dois meses, inspirado na leitura das “Reflexões sobre a vaidade humana” do Matias Aires (1752), criei o cartum acima, no qual ainda não havia o sol vermelho da bandeira japonesa. Ontem, lendo “O futuro chegou” do Domenico de Masi (2014), vi a afirmativa dele de que a pena de morte no Japão é muito mais cruel do que nos demais países, porque lá, a partir do momento da sentença, o condenado pode ser executado a qualquer momento, sem aviso prévio. Embora eu sinta uma profunda perplexidade diante de qualquer forma de pena de morte, esta descoberta sobre o método japonês chocou-me, de início. Considero a pena de morte a maior expressão da covardia humana. Ela institui a vingança da sociedade sobre o corpo do outro, negando qualquer possibilidade de recuperação, aumentando a disposição para a violência naqueles que já cometeram um crime passível de pena de morte (condenado por um, condenado por dois...), além dos erros possíveis da execução de doentes mentais e soc...