O que vale mais para você?
Algumas pessoas pediram mais informações sobre o tal espectro
de valores que apareceu no diálogo da avó com a neta, que postei
recentemente (ver
aqui).
Todas nós possuímos um conjunto de valores que são
construídos socialmente do nascimento até o início da vida adulta. Eles variam em significado
de uma cultura para outra e cada pessoa atribui maior ou menor
importância a cada um destes valores que regem nossa convivência social.
Para exemplificar, apresento a brincadeira abaixo.
Selecionei alguns dos valores humanos na tabela abaixo, em ordem alfabética.
Experimente pontuar os 10 valores mais importantes para você, classificando sua importância de 1 (maior) a 10 (menor).
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Ciência |
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Educação |
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Família |
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Hierarquia |
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Honestidade |
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Honra |
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Igualdade |
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Justiça |
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Lealdade |
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Lei |
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Liberdade |
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Mérito |
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Natureza |
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Ordem |
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Pátria |
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Propriedade |
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Pureza |
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Religião |
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Solidariedade |
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Tradição |
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Agora peça a outra pessoa para fazer o mesmo e provavelmente ela pontuará valores diferentes. A chance de duas pessoas pontuarem da mesma forma é muito pequena, embora a semelhança provavelmente aumente dentro de grupos culturais mais próximos.
Utilizando pesquisas neste sentido, o famoso neurocientista Jonathan Haidt e colaboradores
identificaram diferenças entre republicanos e democratas nos Estados Unidos na
pontuação de seus valores mais importantes.
Se for verdade que também no Brasil as pessoas mais à esquerda
e as mais à direita dão importância diferentes aos valores culturais, isto
ajuda a entender nossa dificuldade para dialogarmos de forma objetiva e
construtiva com “eles”.
Foi este espectro de valores que a avó mencionou no diálogo
com a neta, que todos temos e que orientam nossa visão de mundo, inclusive política.
Atualmente, a variação da importância que damos a cada um destes
valores tem sido explorada pelos algoritmos das redes sociais para gerar ódio,
o nós contra eles, o que aumenta os lucros bilionários dos novos senhores feudais das nuvens digitais.
O ódio impede o diálogo e não há democracia sem diálogo, portanto, precisamos escapar
desta armadilha do ódio, seja de direita ou de esquerda, para voltarmos a pensar o bem comum, ou seja, voltarmos
à política.
Lor

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