O irmão branco (história infantil)

Num lugar muito distante daqui, nasceram dois gêmeos idênticos, negros como toda a família do chefe.

O costume da tribo dizia que o primeiro dos gêmeos era do bem e o outro do mal, então o segundo a nascer foi enviado para ser devorado pelos animais da floresta.

Mas a pessoa que devia matar o menino ficou com pena daquela criança e a entregou para uma escrava branca, que cuidou dele.

Para disfarçar sua origem, ela pintou o menino com giz e ele ficou branco como os outros escravos que trabalhavam nas minas de ouro.

Os anos se passaram, o primeiro gêmeo se tornou o chefe e um dia ele se perdeu de sua guarda na floresta durante uma caçada.

Andando sem rumo, o chefe se aproximou da lagoa perto da mina de ouro, onde viu um homem branco entrar na água para se lavar e sair dela completamente negro.

Os dois se aproximaram e viram que se não fossem as roupas e a melhor saúde do chefe eles seriam idênticos.

Uma simpatia uniu os dois imediatamente. Cubra-se com este giz branco para não ser agredido pelos outros escravos, disse o segundo irmão, emprestando o giz.

Quando o chefe já estava coberto de giz, os guardas apareceram e cercaram o outro irmão como se ele fosse o chefe e levaram o homem pintado de branco para a mina, onde o prenderam com os outros escravos.

O novo chefe então reuniu a tribo e contou como era terrível a vida dos escravos brancos e começou a convencer a todos de que deviam acabar com a escravidão.

Enquanto isso, o chefe pintado de branco descobriu que a única maneira de escapar da mina seria convencendo os outros escravos a fazerem uma rebelião.

A revolta foi um sucesso pois o irmão pintado de branco sabia os segredos dos guardas e todos os prisioneiros fugiram de volta para suas casas.

O chefe lavou o giz na lagoa e foi encontrar seu irmão gêmeo, com quem passou a dividir a chefia da tribo.

Juntos eles acabaram com três costumes de seu povo: matar um dos gêmeos, fazer joias de ouro e escravizar pessoas de outra cor.



Moral da história: um pouco de esperança no progresso da humanidade não faz mal a ninguém.

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