Adversário
Hoje, a cidade de Belo Horizonte completa 120 anos.
Cheguei aqui há 53 anos e a coisa que mais me impressionou foi a quantidade de pessoas morando na rua, de crianças pedindo esmola, de favelas e barracos em vários lugares, situações quase inexistentes na cidade de onde eu vinha, Lambari, no Sul de Minas.
Nestes sessenta anos, muitas coisas mudaram por aqui, mas os sem teto continuam, os barracos surgem por toda parte e ontem fotografei este aglomerado de entulhos no Viaduto Leste da Lagoinha e ele faz um duro contraponto ao belo vídeo (BH120) que está circulando nas redes sociais.
Imagino a miséria que significa viver num lugar assim: o barulho constante, a poeira do asfalto, a falta de água e higiene básica, a carência absoluta do mínimo para se ter dignidade.
Enquanto houver pessoas vivendo assim, em meio a tantas adversidades, não consigo comemorar com alegria o aniversário da cidade .
Além disso, a presença da bandeira nacional hasteada na frente (ou fundos?) do simulacro de habitação me faz pensar.
Seria o seu morador um ufanista a despeito de tudo? Teria ele motivos para ainda acreditar nessa pátria (tão evocada pelos amantes da ditadura), que o trata pior do que tratamos os animais?
A bandeira seria um sinal de que ainda há alguma esperança em seu coração de que um dia seremos todos filhos de uma mátria e solidários construiremos uma grande frátria, onde haverá moradia, trabalho, educação e saúde para todos?
Ou ele quis fazer uma ironia conosco?
Cheguei aqui há 53 anos e a coisa que mais me impressionou foi a quantidade de pessoas morando na rua, de crianças pedindo esmola, de favelas e barracos em vários lugares, situações quase inexistentes na cidade de onde eu vinha, Lambari, no Sul de Minas.
Nestes sessenta anos, muitas coisas mudaram por aqui, mas os sem teto continuam, os barracos surgem por toda parte e ontem fotografei este aglomerado de entulhos no Viaduto Leste da Lagoinha e ele faz um duro contraponto ao belo vídeo (BH120) que está circulando nas redes sociais.
Imagino a miséria que significa viver num lugar assim: o barulho constante, a poeira do asfalto, a falta de água e higiene básica, a carência absoluta do mínimo para se ter dignidade.
Enquanto houver pessoas vivendo assim, em meio a tantas adversidades, não consigo comemorar com alegria o aniversário da cidade .
Além disso, a presença da bandeira nacional hasteada na frente (ou fundos?) do simulacro de habitação me faz pensar.
Seria o seu morador um ufanista a despeito de tudo? Teria ele motivos para ainda acreditar nessa pátria (tão evocada pelos amantes da ditadura), que o trata pior do que tratamos os animais?
A bandeira seria um sinal de que ainda há alguma esperança em seu coração de que um dia seremos todos filhos de uma mátria e solidários construiremos uma grande frátria, onde haverá moradia, trabalho, educação e saúde para todos?
Ou ele quis fazer uma ironia conosco?
Inquietante seu texto... Esta cidade de nome "Belo Horizonte", assim como as demais capitais, exclui, marginaliza e se abstém de sua responsabilidade em relação aos "excluídos". Aliás, são excluídos porque nós é que agimos assim. O horizonte é belo somente para alguns.
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