A última aula do Professor Enio
O professor e amigo de tantos de nós, o querido Enio Cardillo Vieira , faleceu ontem subitamente, como ele esperava que assim fosse, sem agonias nem sofrimentos finais. Também de acordo com seu desejo formalmente documentado, seu corpo foi doado à Faculdade de Medicina para que estudantes possam aprender com ele, numa derradeira aula, uma lição de paixão pelo ensino e pela universidade pública. Espero que as pessoas jovens e aprendizes que terão este privilégio sejam capazes de imaginar o imenso conhecimento científico acumulado no seu cérebro, que permaneceu lúcido para além dos oitenta anos, com senso de humor e visão crítica do mundo. Se houvesse algum instrumento de neurofisiologia sensível o bastante para reproduzir algumas das memórias prediletas do Enio, as pessoas perceberiam ecoando pela sala de anatomia alguns fragmentos das músicas que ele tanto amava e estudava. Também é possível que jovens estudantes, diante do seu corpo magro, mas forte e esbelto pelas caminhada
Cerca de um mês antes da data prevista para o nascimento de meu filho, o médico (particular) que me acompanhava disse que eu tinha "bacia masculina, que o bebê não se encaixaria e que uma cesárea seria necessária. Isso em 1959. Me deram anestesia geral. Quase 40 amos depois, fui examinada por ginecologista amigo, que exclamou, "Que bacia boa pra parir!". Ou seja, fui privada de participar da coisa mais importante do mundo, o nascimento de um filho, porque provavelmente o doutor não queria ser incomodado num fim de semana... Será que esse tipo de médico veio de uma couve?
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