Onde está o novo homem?
A série da
Netflix “Adolescência” mostra o impacto das redes sociais
sobre o comportamento de um menino, um garoto comum, numa sociedade machista.
Entre as
várias questões importantes despertadas pela série, uma delas poderia ser a falta
de modelos de masculinidade não-machista para as novas gerações.
Mesmo nós, os
que tentam desconstruir o machismo estrutural no qual fomos constituídos como
homens, ainda não somos exemplos do novo homem.
Além disso,
pode ser que ainda não haja muitos homens desprovidos dos valores machistas na
atual sociedade capitalista, que funciona às custas da meritocracia e das
desigualdades estruturadas em gênero, raças e fronteiras.
Mas provavelmente
seria mais inspirador para meninos e adolescentes se eles tivessem mais
exemplos de homens não-machistas para se espelharem do que somente serem
estimulados a não se comportar como os machões atuais.
Então,
como seriam estes exemplos dos novos homens?
Numa
conversa, Luíza e eu ficamos imaginando que poderia ser alguém que, por exemplo:
- Considera o
trabalho de reprodução da vida o mais importante
- Escuta e
não só fala
- Nunca usa
da sua força para impor sua vontade
- Sabe que é
mortal e reconhece o valor da própria vida e da vida das outras pessoas
- Busca amar
e ser amado e não o poder ou status
- Aprende que não existe bem estar
próprio sem a participação das outras pessoas
- Descobre
que a competição é solidão e a cooperação é encontro
Com isso, esse
“novo homem” seria uma pessoa solidária, empática e respeitosa para com
todas as demais.
Mas, veja só!
- estas qualidades não são exclusivas de qualquer sexo ou gênero.
São as
qualidades humanas fundamentais.
Uma sociedade baseada nestes valores será igualitária em termos de gênero.
Viva!
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