O pretérito quase perfeito



Paródia inspirada em

"Dom Quixote de La Mancha" 

de Miguel de Cervantes

e "A Velhice" de Simone de Beauvoir




Cena I - Belvedere

Seis meses depois de ficar viúvo, o doutor Afonso B. ouviu rumores por trás da porta do escritório da ampla casa que ele construíra num bairro elegante de Belo Horizonte e percebeu que seu filho, sua filha e a médica conversavam sobre a conveniência de o internarem numa clínica geriátrica. Afonso retornou ao seu quarto, apanhou o dinheiro que mantinha num bolso de paletó, vestiu um velho casaco de couro, desceu para a garagem, acordou Sandro, o motorista, - que cochilava sempre que podia para aguentar seus dois empregos, - e indicou o aeroporto de Confins como destino. Sandro indagou se era para buscar alguma mala e Afonso respondeu que não havia mais malas para carregar. 

Cena II - Afonso Penna

Percorreram algumas ruas em silêncio até o Centro de Memória dos Mortos e Desaparecidos na Ditadura Militar, onde Afonso pediu ao motorista para estacionar e observou por um tempo pela janela do carro o painel pintado na fachada do antigo Departamento de Ordem Política e Social. Pelo espelho, Sandro observava intrigado com aquela pausa e retomou o movimento do carro depois que o patrão fez um leve aceno com a mão. Depois de Confins, - Sandro pensou, poderia voltar pela periferia da cidade e passar um tempo com o neto, que ele e sua mulher cuidavam depois que a nora ficou doente e o pai foi trabalhar na mineração em Carajás e nunca mais deu notícias. 

Cena III - Confins

Na estrada, Afonso indicou uma lanchonete, pois precisava urinar. Na volta do sanitário, parou à porta observando duas motocicletas estacionadas, uma antiga, de guidão alto, e outra dessas comuns, com caçamba para fazer entregas. Perguntou aos dois rapazes: Suas? Os dois confirmaram com a cabeça. Olhou para Sandro: Sabe dirigir motos? Sei...mas, por quê? Afonso propôs aos dois rapazes: Querem trocar as motos no meu carro? Os dois homens arregalaram os olhos. Tá brincando, véio? Isso mesmo, as duas motos pelo carro. Os motociclistas se entreolharam. Eita... seu carro... tá limpo? Esse carro vale muito mais do que nossas motos... Não queremos confusão... Afonso mandou que Sandro pegasse os documentos no porta-luvas. Os rapazes conferiram o carro detalhadamente, enquanto Afonso os observava em pé, de braços cruzados, parecendo mais forte, magro e alto do que sempre fora. Sandro continuava perplexo, pensando que a família tinha razão em suspeitar que o velho tinha endoidado de vez. 

Cena IV - Easy Rider Again

Depois de confabularem entre si, os rapazes toparam o negócio, trocaram os documentos e as chaves dos veículos. Afonso montou a moto de guidão alto e disse para Sandro que ele poderia voltar para casa, mas se continuasse com ele haveria uma boa recompensa financeira. Sandro não viu grandes motivos para não seguir o patrão, colocaram os capacetes, acionaram os motores e partiram, deixando para trás os jovens comemorando, alegres e perplexos. Afonso retomou a rodovia e gritou: - É puro Easy Rider!!!! Sandro não sabia que seu patrão se referia a um filme que fora famoso na sua distante juventude.

Cena V - Dircilane

Por vários minutos Afonso cantou canções com a voz alterada pelo vento que penetrava nas fendas do capacete. Não seguiu para Confins, mas tomou o caminho de Lagoa Santa, atravessaram a cidade, Sandro seguindo atrás. Uma hora depois, Afonso indicou com a mão que parassem num boteco de beira de estrada, onde se sentaram em bancos de madeira ao redor de uma mesa rústica. Noutra mesa havia dois homens que bebiam cerveja e beliscavam torresmos com linguiça e cebola, falando alto e rindo. Então Afonso viu a jovem garçonete, que se aproximou e perguntou o que queriam, enquanto passava um pano úmido sobre a mesa. Afonso, extasiado pela beleza e juventude da moça, ofereceu a mão delicadamente, se apresentando: Sou o doutor Afonso B., como é seu nome? Ela franziu a testa, acostumada a receber cantadas obscenas depois de falsas gentilezas masculinas como aquela: - Dircilane, resmungou entre dentes, mal se deixando tocar nas pontas dos dedos. Muito prazer, senhorita, disse Afonso, fazendo menção de que iria beijar a mão da moça, que se apressou em retirá-la para trás do avental improvisado. Então, nos traga o que mais se vende na casa, senhorita Dircelane, - sorriu e completou: ...e uma cerveja bem gelada. Enquanto a moça se afastava, Afonso revirou os olhos para Sandro, que se surpreendia com a vitalidade do patrão, pois até o dia anterior vivia jogado sobre poltronas e camas, sem qualquer interesse na vida: - Ah, meus tempos de mocidade!

Cena VI - Los machos

Quando Dircilane retornava com a garrafa e dois copos, ao passar perto da outra mesa, um dos homens enfiou a mão sob a saia da garçonete enquanto fazia um barulho de chupar com a boca, desequilibrando a moça, que deixou a cerveja cair. Afonso, de um salto, estava diante do homem: Isso não se faz com uma mulher, meu amigo! A resposta do sujeito – Essa aí, é biscate, cara! -   veio ao mesmo tempo que ele desferiu um soco no estômago de Afonso, que desabou no chão do boteco, onde se contorceu sem conseguir respirar, enquanto levava chutes do homem, até que a surra foi interrompida por Dircilane e Sandro, que se agarraram ao agressor, implorando que parasse, pois era apenas um velho. Por fim, os homens se afastaram debochando:  - Velho tarado, posando de macho para depois comer a piriguete! 
Afonso, ofegante, custou a se recuperar, recostado no balcão, sangrando nos lábios, alguns dentes partidos, bebeu um pouco d’água que Dircilane lhe ofereceu, enquanto Sandro apavorado sugeria que voltassem para casa, porque aquela viagem não fazia sentido. Depois o velho se ergueu, firmou-se nas pernas e disse que as derrotas fazem parte das lutas, que não podemos ter medo, que temos que lembrar da causa e que, naquele momento, a grosseria e o machismo daquele homem fora enfrentado e era isso que importava. 

Cena VII - O Castelo

Dircilane disse que havia um pequeno quarto nos fundos do bar, que eles podiam descansar por 40 reais o pernoite, se desejassem. Afonso agradeceu comovido, como se fosse uma deferência especial da moça. Ajeitou-se numa das camas vagabundas e pegou no sono. Sandro voltou para o bar e jantou um prato-feito, enquanto conversava com Dircilane. Eram ambos do interior, da mesma região do Norte de Minas, com 30 anos de diferença, ela parda e magra com traços indígenas e ele negro, forte e bem mais baixo. Ela trabalhava como garçonete e ele como motorista de dia e vigilante de noite. Ela achava a vida uma merda, ele havia desistido de reclamar e apenas seguia em frente. Ela perguntou sobre Afonso e ele disse que era um cara bom, mas que tinha ficado muito triste e meio estranho desde que os filhos saíram de casa e a mulher morreu. 
Afonso dormiu por muitas horas, um sono profundo que não lhe acontecia desde a morte de sua mulher. Quando acordou, já era de manhã, comeu com vontade um sanduíche de pão com linguiça antes de retornar à estrada. Na porta do bar, voltou-se para Dircilane e pediu dela alguma lembrança, algo que ele pudesse levar para a longa viagem que faria, prometendo que passaria na volta para vê-la, depois de concluída a missão importante que ele precisava cumprir. Ela, com ar desconfiado, olhou para Sandro, que aquiesceu com a cabeça, e deu-lhe um chaveiro de plástico que ela ganhara da borracharia próxima à lanchonete. Afonso beijou respeitosamente o chaveiro, despediu mais uma vez da moça e partiu seguido por Sandro, que na noite anterior deixara com a garçonete um bilhete com o telefone da residência do patrão, pedindo que ela avisasse a família, pois deviam estar preocupados com o desaparecimento do velho. Dircilane balançou a cabeça vendo os dois se afastarem: velho doido... pensou, enquanto apalpava no bolso do avental a boa gorjeta que ele deixara. 

Cena VIII - A missão dos cavaleiros andantes

Rodaram até por volta de meio-dia e, enquanto abasteciam num posto, Sandro perguntou que missão era aquela que ele mencionara para a garçonete. Meu caro Sandro, chegou minha hora, finalmente, poderei realizar a grande missão da minha vida. Vou reencontrar os companheiros da Guerra do Caparaó para continuarmos a grande luta contra a ditadura. O motorista coçou o queixo, nunca ouvira falar daquela guerra. Da ditadura, ouvira falar, mas não entendia de política, apenas havia percebido que toda a família do patrão, menos ele,  apoiava o governador, gente rica, poderosa, da mineração. 
E onde fica essa tal Guerra do Caparaó? - perguntou Sandro. Afonso pegou um graveto, riscou uns sulcos na areia e mostrou: Estamos aqui, vamos seguir até Diamantina, para despistar, e de lá vamos para a Serra do Caparaó, que fica aqui. Despistar quem, patrão? - O exército, Sandro, o exército brasileiro, que já deve estar à nossa procura.! Por isso, precisamos evitar as barreiras policiais, seguiremos pelas estradas de terra menos movimentadas. Sandro sentiu muito medo, pois sempre fugiu de problemas com a lei, então participar de guerra, meu Deus! - disse que era loucura aquele negócio e que deviam voltar para casa. Afonso pousou as mãos sobre os ombros de Sandro dizendo: preciso de você para chegar até lá, se tudo correr bem, fico por lá com meus companheiros e você pode voltar. E deixo a minha casa de herança para você. Sandro pensou que ia acabar se arrependendo daquela maluquice, mas por um momento pensou que a casa do patrão devia valer muito dinheiro e ele, um pobre motorista e vigilante, vivia dois dedos acima da linha da miséria. Decidiu continuar mais um pouco. Conforme fosse, largava a mão e voltava sozinho, se a coisa piorasse. 

Cena IX - Coração Valente

Um pouco depois, Afonso saiu da estrada de asfalto para uma de terra, onde encontraram alguns bois sendo conduzidos por um vaqueiro que ferroava os animais violentamente. Afonso avançou com a moto até ele, se interpondo entre o homem e a boiada, dizendo-lhe que não podia agir daquela forma, que aquilo era um crime contra os animais. E quem era ele, aquele velho intrometido para se meter onde não era chamado? – perguntou o roceiro. Sou o Doutor Afonso B., vegetariano e defensor de todas as formas de vida! – disse, enquanto descia da moto e se atirava sobre o homem para tomar dele o aguilhão que usava para ferroar os bichos, apesar dos gritos de Sandro para que não se metesse em outra briga. No entanto, surpreendido pelo estupor e determinação do velho, o boiadeiro saiu em disparada pelo meio do mato, abandonando suas coisas, mas gritando que iria voltar com uma arma. Afonso se apossou do ferrão e encaixou-o como se fosse uma lança na algibeira da moto, apanhou o bornal vermelho abandonado pelo boiadeiro, onde havia café e rapadura, e disse para Sandro: Vencemos nossa primeira batalha, amigo! A sorte nos sorriu! E acelerou a motocicleta. 

Cena X - O Reino do Grande Mal

Foram seguindo por estradinhas, passaram por duas fazendas, onde Afonso pediu orientação para a estrada de Diamantina e ouviu das lavadeiras que ninguém tinha a menor ideia. Ao final da tarde, avistaram de longe uma imensa nuvem de poeira vermelha que se levantava do solo alguns quilômetros à frente. Ao ouvirem explosões, Sandro disse que deviam estar perto de alguma mineradora. Afonso parou, desligou o motor e ficou em silêncio, tentando avistar ao longe. Tem razão, vamos nos atrasar um pouco para a Guerra do Caparaó, mas aqui também estamos diante da mesma causa principal... – disse depois de um tempo, enquanto rasgava o bornal vermelho e o transformava numa espécie de bandeira ajustada na ponta do ferrão que tomara ao boiadeiro - ...na verdade, ali está o Grande Mal que destroi o planeta com suas máquinas infernais... não podemos recusar o combate, companheiro!  E acelerou a moto em direção à poeira da mineradora. Sandro seguiu atrás e viu Afonso arremetendo a toda velocidade, de ferrão em riste como um cavaleiro medieval, em direção a uma máquina escavadora que arrancava toneladas de minério do solo e as despejava sobre enormes caminhões. O impacto brutal contra o gigantesco pneu do trator estraçalhou a moto e lançou Afonso a vários metros de distância, onde caiu desacordado e coberto de poeira. Sandro procurou arrastá-lo para fora do caminho da máquina para não ser esmagado e o colocou atordoado e gemendo na traseira da moto que restara. O velho mencionou costelas partidas, enquanto os dois se afastavam rapidamente, e disse: - Não o vencemos desta vez, mas agora ele sabe que nós voltamos e certamente buscará reforços para nos destruir!

Cena XI - A Ordem do Campesinato

Quando estavam a boa distância da cratera produzida pela mineradora, Sandro encontrou uma pequena casa, onde moravam um lavrador e sua mulher. Com a promessa de um dinheiro, o casal cedeu uma cama para Afonso descansar, a mulher esquentou uma sopa, deu uns panos com água limpa para passarem nas feridas e Sandro tentou novamente convencer o velho a voltar para casa. - Meu companheiro, nossa luta já começou e não podemos desistir depois de alguns pequenos revezes... – gemeu Afonso. Como eu poderia encarar o olhar de Dircilane se voltasse de mãos vazias, sem cumprir a minha missão? E veja como os sinais estão indicando que estamos no caminho certo: fomos recebidos por este casal de camponeses e seu gesto mostra que eles representam o que há de mais nobre na espécie humana, a generosidade! Afonso levantou-se da cama subitamente, pegou o capacete amassado e caminhou até a cozinha, onde se ajoelhou diante da mulher de olhos arregalados e pediu que ela o abençoasse com seus poderes femininos, derramando sobre sua cabeça a água sagrada que ela trazia da cisterna. Seguindo os sinais de Sandro para que atendesse o velho destrambelhado, a mulher despejou um pouco d’água sobre a cabeça de Afonso, que se inclinou respeitosamente, dizendo que agora ele verdadeiramente pertencia à Ordem do Campesinato Revolucionário. Em seguida, cambaleando, voltou para o quarto e dormiu até o dia seguinte. Sandro permaneceu um tempo conversando com os lavradores, tentou explicar que o patrão estava meio fora de si, mas era  gente boa, e depois deitou-se exausto ao lado de Afonso. 
Pela manhã, comeram espigas de milho cozido e Afonso traçou novamente no chão de terra a rota que pretendia seguir: evitaremos Diamantina, pois assim poderemos enfrentar inimigos ainda mais poderosos no caminho de Ouro Preto e de lá seguiremos para a Serra do Caparaó. Sandro insistiu: Quem sabe a gente volta para casa, o senhor se recupera de tanta porrada que já levou e outro dia a gente continua? - Homem sem fé e sem coragem! E eu que pensei em deixar para você minha casa, minha fortuna, meus livros! Levantou a voz: Onde está minha lança? Minha bandeira vermelha? Seguirei sozinho, não se preocupe! Caminhou em direção à pequena moto que restara, mas não conseguiu se equilibrar nela. Sandro o ajudou a montar, sentou-se à frente, despediu da família e na estrada percebeu que seu patrão adormecera debruçado em suas costas, então mudou de direção para Belo Horizonte.  

Cena XII - Os Trompetes do Apocalipse

Pouco depois, com Afonso ainda muito prostrado, quase caindo da moto, Sandro resolveu descansar no estacionamento de uma churrascaria ao lado de um Clube de Tiro. Assim que estacionou, dois rapazes se aproximaram. Afonso despertou e exclamou: Vocês devem ser os mensageiros com as armas que o comando me prometeu! Os rapazes fecharam a cara: Como é?! Armas?! E para que você quer armas, véio? - Para a Guerra do Caparaó, Afonso respondeu vigorosamente . Os jovens desconheciam essa guerra e levantaram as camisas mostrando pistolas automáticas de grosso calibre: - As armas que a gente tem aqui são essas... Sandro estremeceu de medo e pediu ao patrão que fossem embora, pois previa outra confusão. Afonso levou a mão como se fosse pegar uma das armas e o rapaz louro sacou a pistola e encostou na testa do velho: - Opa! Qual é? Enquanto o jovem armava o gatilho, Afonso disse: - Todo momento é bom para morrer quando se morre pela humanidade!, aparentemente sem medo da arma apontada para ele. O rapaz deu um empurrão em Afonso: - Ih, velho maluco, sai fora, vai, some daqui! Sandro arrastou Afonso para cima da moto e ao se afastarem rapidamente ouviu estampidos de tiros. Afonso gritou: - Ah, viva o poder da coragem! Enfrentamos de cabeça erguida aqueles soldados do Grande Mal! Já no asfalto, Afonso não se deu conta de que voltavam para casa. 

Cena XIII - A Sala dos Espelhos

Uns quilômetros adiante, três viaturas da polícia militar com as luzes piscando passaram por eles, frearam subitamente, deram meia volta, alcançaram a moto com as sirenes ligadas e mandaram aos gritos que parassem imediatamente. Em seguida, desceram dos veículos com as armas apontadas para Sandro. Cercado pelos soldados, o motorista ouviu que estava sendo preso pelo sequestro do doutor Afonso B., que ele colocasse as mãos na nuca e se ajoelhasse. Sandro ficou tão espantado com a acusação, que deu dois passos em direção ao oficial dizendo – Não senh... mas sua voz foi abafada pelos tiros que o jovem cabo da polícia militar, um rapaz negro recém promovido, disparou contra ele, que o derrubaram para fora do acostamento, onde o sangue absorvido pela terra formou uma mancha escura. 

Atordoado pelas sirenes, tiros e luzes estroboscópicas das viaturas, Afonso concluiu que estava numa sala cercada por espelhos: num deles, viu a si mesmo solitário num quarto da clínica geriátrica. Noutro, viu a si mesmo nu, a pele frouxa, os ossos magros, o sexo murcho, os ombros caídos e dezenas de vidros de remédio pendurados no pescoço como se fossem colares. No terceiro, viu a si mesmo entre pilhas de folhas de papel em branco, tentando encontrar qualquer vestígio das dezenas de livros que havia escrito. No último, viu a si mesmo se despedindo de sua mãe, de sua irmã e de duas vizinhas com quem brincava quando menino, das quais não se lembrava mais os nomes... 

Afonso compreendeu então que o Grande Mal havia montado aquela armadilha final e que ele perdera, desta vez para sempre, a Guerra do Caparaó. 




 

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