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Mostrando postagens de dezembro, 2017
Adversário
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Hoje, a cidade de Belo Horizonte completa 120 anos. Cheguei aqui há 53 anos e a coisa que mais me impressionou foi a quantidade de pessoas morando na rua, de crianças pedindo esmola, de favelas e barracos em vários lugares, situações quase inexistentes na cidade de onde eu vinha, Lambari, no Sul de Minas. Nestes sessenta anos, muitas coisas mudaram por aqui, mas os sem teto continuam, os barracos surgem por toda parte e ontem fotografei este aglomerado de entulhos no Viaduto Leste da Lagoinha e ele faz um duro contraponto ao belo vídeo (BH120) que está circulando nas redes sociais. Imagino a miséria que significa viver num lugar assim: o barulho constante, a poeira do asfalto, a falta de água e higiene básica, a carência absoluta do mínimo para se ter dignidade. Enquanto houver pessoas vivendo assim , em meio a tantas adversidades, não consigo comemorar com alegria o aniversário da cidade . Além disso, a presença da bandeira nacional hasteada na frente (ou fundos?) ...
A quem interessa avacalhar com a Universidade Pública?
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Conheço pessoalmente os professores e funcionários da UFMG que sofreram a injustiça de serem levados à Polícia Federal de forma coercitiva para deporem numa investigação sobre o Memorial da Anistia. Conheço, em especial, o reitor atual, professor Jaime Ramirez, que foi orientador de uma de minhas filhas. Tenho absoluta certeza de que estas pessoas não cometeram qualquer crime contra o patrimônio público e que a maneira como esta operação foi realizada se destina a desacreditar midiaticamente uma Universidade que tem mantido a esperança brasileira no ensino público de qualidade. Como professor aposentado e trabalhando como voluntário no Hospital das Clínicas da UFMG, sinto-me pessoalmente atingido por estas ações arbitrárias e fora da lei. Reproduzo abaixo o texto do nosso sindicato. “Foi com grande indignação que a diretoria do Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco – APUBH recebeu logo pela manhã, a notícia de que o reitor...
Aquarela
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Para o amigo Romeu Condenado nascituro à pena capital, (Por ser inevitável replicador de genes, Egoístas ou não, - como saber) Ignoro quando serei chamado ao patíbulo. Obrigado a esperar, cultivo flores invertidas, (Ciclâmens brancos e girassóis noturnos, E envio mensagens altruístas de Arecipo para planetas distantes) Mas, no mais, pouco difiro de quem vai livre pelas ruas: Apenas estas grades, Transitadas em julgado pelo magistrado das últimas instâncias. Não me desespero, (apesar dos tristes pensares) Porque meus três últimos desejos, Mudar de espécie, não morrer e viver em outro mundo, Já estão atendidos: Sou a água viva numa aquarela que estou ainda a pintar.
Alguém conhece o SIMPLEXO?
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Há algumas semanas uma pessoa enviou-me um e-mail dizendo que realizara uma encadernação de meu livro “ Retrato Falado ” publicado em 1978 (capa ao lado), que ele encontrara na internet, e que gostaria de me presentear com um exemplar. Concordei, manifestei-lhe meu agradecimento e aguardei. Nesta semana, recebi de minha secretária no consultório o tal exemplar, uma linda encadernação com toques de capricho e adicionais à velha edição em papel jornal e capa mole. Imediatamente pensei em agradecer a gentileza, mas não encontrei qualquer bilhete, telefone ou endereço de onde fora encadernado e não mais consegui localizar o e-mail recebido. Há apenas um logotipo e a palavra SIMPLEXO nas primeiras páginas (abaixo), o que me pareceu uma pista para procurar na internet por alguma encadernadora, editora ou algo equivalente. Não descobri meu gentil encadernador, mas aprendi coisas interessantes, por exemplo, a definição do termo SIMPLEXO oferecida pela banda de rock do me...
Broda
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Você cansou de aguentar a decepção, O desencanto e a revolta contra aqueles Que nos enganam (há tempos) E libertou seu ódio das amarras da razão. Você está preferindo postar e apostar Em medidas duras e autoritárias (violentas, se preciso) Para corrigir a diversidade das pessoas e as incertezas do mundo. Você espera que o novo senhor Que chegar às rédeas pela força das artimanhas e mentiras Irá, depois, abrir mão (gentilmente) Dos meios enganosos que o forjaram para governar. Você não imagina que esse futuro Também poderá gerar desilusão e revolta (por causa dos enganos de sempre), Mas será tarde: ao ovo, a serpente não haverá de retornar. Alguém, mais jovem, pode não ter presenciado A dor, o medo, a insegurança (e o silêncio das ruas) Quando todos temíamos ser o vizinho um delator Do crime que não havíamos cometido. Mas você, que viu nossos pais de joelhos, Em desespero pelo filho na prisão (nas mãos dos salvadores d...