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Mostrando postagens de maio, 2017
Charges vivas
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Na semana passada o jornalista Gabriel Araujo publicou o material que sua equipe montou com algumas das minhas charges publicadas nos anos 90. Este pequeno documentário é parte das comemorações dos 90 anos de fundação da Universidade Federal de Minas Gerais, onde trabalho desde 1975. O link contém um vídeo de com algumas ideias e como eu faço para desenhar uma charge. Ficou um material muito interessante e agradeço ao Gabriel e sua equipe todo o carinho pelo meu trabalho. Você pode conferi-lo no link: https://www.ufmg.br/90anos/charges-na-historia-do-boletim-ufmg/ Para quem acessa o site da UFMG, ele fica disponível dentro de "Especiais", por sua vez localizado na aba "Reportagens".
Ora, direis, ouvir crianças...
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As crianças entraram na sala quando o noticiário terminava de mostrar imagens do bombardeio com agentes químicos na Síria. A neta e o neto maiores ficaram paralisados diante das cenas terríveis, mas a neta menor rapidamente se virou e disse: - Eu não quero ver isso! E arrastou os dois primos menores para o quintal. O avô desligou a TV e a neta disse: - Nossa... O neto respondeu em voz alta: - Quem faz isso são assassinos, são terroristas, são do mal! - Por que eles fizeram isso, vô? – Perguntou a neta. O avô chamou os dois para o sofá: - É difícil explicar uma coisa tão horrível.... Eu mesmo não sei se entendo o que está acontecendo lá... O neto interrompe decisivo: - Eu já sei! É por causa de religião, meu pai já me explicou, são muçulmanos e católicos e judeus brigando! O avô coçou o queixo: - É mais complicado..., mas seu pai tem razão, em parte, porque a muitas pessoas acreditam que a solução para o mundo vem de Deus, mas se as religiões têm visões diferentes sobre o mundo os ca...
Belchior
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Certa manhã acordei velho. Minha pele era feita de cicatrizes e arranhões. O sol não iluminava, apenas se consumia. E meu pequeno jardim fora tomado por insetos pardacentos. A água era insípida, inodora e incolor, porque não havia sede. Os passageiros que subiam pela frente do ônibus eram os mesmos que desembarcavam pela porta dos fundos. O simples movimento de folhear um livro fazia ranger minhas articulações. Minha única esperança era a de não sentir dor para morrer. Eu tinha vinte anos e era latino-americano, mas o psiquiatra deu-me amitriptilina: um remédio para afastar os soldados de minha porta.