Quatrocentas e cinquenta mil pessoas!

Em 2015 realizei alguns desenhos (entre eles o da foto ao lado que pode ser vista em vários ônibus circulando em Belo Horizonte) para uma campanha da BHTRANS, para a prevenção de acidentes com motociclistas. 

Desde então, minha atenção aumentou em relação aos motoqueiros e suas condições de trabalho. Compreendi um pouco melhor o terrível sistema de exploração econômica a que estão submetidos por empresas assassinas que cobram produtividade em condições desumanas. 

Pude aprender um pouco mais sobre como a insegurança intrínseca às motocicletas é agravada pela legislação permissiva para a sua fabricação e pela falta de fiscalização governamental, além do despreparo dos próprios motoqueiros e do preconceito cultural dos demais motoristas.

Na semana passada, saiu mais um resultado divulgado pelo DENATRAN sobre a tragédia causada por esta combinação cruel de fatores sociais e econômicos: cerca de 450.000 acidentes com motociclista num único ano. 

São vítimas geralmente jovens (média de 30 anos entre os acidentados), e muitos deles se tornam incapacitados para o resto da vida (vou ocasionalmente à Rede Sarah atender pacientes com neurofibromatoses e os vejo, às dezenas, nas cadeiras de rodas). 

São milhares de mortos e de famílias destroçadas. Uma verdadeira epidemia (mais uma) a tornar progressivamente a vida mais difícil para aqueles que têm que trabalhar num território chamado Brasil.


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