Digo há muitos anos que sou ateu: mentira! Estava me enganando, porque apesar de dizer que não creio em deus, em vida depois da morte, em alma, em espíritos, em fantasmas e nem na mão invisível do mercado, continuei inconscientemente esperando pela justiça divina, aquele momento em que a verdade prevaleceria sobre a mentira e os maus seriam punidos e os bons recompensados pelo seu sofrimento e humilhação. O Juízo Final. Os anos têm insistido em me convencer do contrário, apresentando-me provas e relatórios extensos sobre os inúmeros genocidas que morreram tranquilos desfrutando de suas fortunas acumuladas por meio do saque, da escravidão e do extermínio de populações inteiras, sem que qualquer remorso ou punição baixasse sobre suas cabeças. Os exemplos vão de Stalin e seus Gulags, na Sibéria, a Kennedy e suas Baias dos Porcos, em Cuba, dos massacres de Átila, o bárbaro, aos Belgas, os civilizados, que cortavam uma das pernas dos negros que tentavam fugir, do ditador Geisel, que apoia...