Alguém conhece o SIMPLEXO?

Há algumas semanas uma pessoa enviou-me um e-mail dizendo que realizara uma encadernação de meu livro “Retrato Falado” publicado em 1978 (capa ao lado), que ele encontrara na internet, e que gostaria de me presentear com um exemplar. 

Concordei, manifestei-lhe meu agradecimento e aguardei. Nesta semana, recebi de minha secretária no consultório o tal exemplar, uma linda encadernação com toques de capricho e adicionais à velha edição em papel jornal e capa mole.

Imediatamente pensei em agradecer a gentileza, mas não encontrei qualquer bilhete, telefone ou endereço de onde fora encadernado e não mais consegui localizar o e-mail recebido. Há apenas um logotipo e a palavra SIMPLEXO nas primeiras páginas (abaixo), o que me pareceu uma pista para procurar na internet por alguma encadernadora, editora ou algo 
equivalente.

Não descobri meu gentil encadernador, mas aprendi coisas interessantes, por exemplo, a definição do termo SIMPLEXO oferecida pela banda de rock do mesmo nome, de Belo Horizonte. Em sua página eles dizem que: “Pode-se interpretar o nome Simplexo como sendo a junção das palavras simples+complexo, com todo o sentido paradoxal que isso sugere. Mas Simplexo é também um conceito matemático, presente na geometria. É a forma mais simples de cada espaço dimensional. Os matemáticos imaginam a existência teórica de espaços de quatro, cinco, dez, infinitas dimensões. Na divisa entre nosso mundo visível (e, portanto, acessível), e o mundo imaginado, temos o espaço de quatro dimensões, formado por poliedros que se juntam e se atravessam simultaneamente, e que não podemos ver em sua totalidade, já que vemos apenas três dimensões. Assim, a figura fundamental desse espaço imaginário de quatro dimensões é o Simplexo, que não tem outro nome de batismo. O Simplexo é o símbolo da capacidade da mente humana de criar universos absurdamente complexos. O Simplexo é o símbolo das dimensões ocultas." 

Uau!

Mas, se a pessoa que me enviou o livro encadernado estiver lendo este post, ou alguém souber de quem se trata, por favor, diga-me para que eu possa agradecer e encomendar a compra de novos exemplares para eu dar de presente para os amigos.

Aliás, por falar no “Retrato Falado”, reli a história publicada há 40 anos e fico feliz de tê-la criado, pois seu conteúdo ainda repercute em meu coração. 


Retrato Falado” é uma ficção sobre um estudante no dia da declaração do Ato Institucional numa república denominada Rosário. A primeira edição de cinco mil exemplares foi publicada pela Editora Veja, uma instituição de oposição ao regime militar e liderada pelo eminente Professor Edgar de Godoi da Mata Machado, deputado cassado e que teve seu filho José Carlos da Mata Machado preso, torturado e assassinado pela ditadura militar brasileira iniciada em 1964.

Professor Edgar era uma pessoa digna e que, tenho certeza, jamais aprovaria a nostalgia de algumas pessoas pelo retorno da ditadura militar.
Uma segunda edição do Retrato Falado foi publicada em 2003 pela Editora Nona Arte (do Rio de Janeiro) e vendida online. Nos primeiros dois meses, para minha surpresa, houve milhares de downloads da história completa. A editora não está mais no ar, infelizmente.

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