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Mostrando postagens de novembro, 2017

Os fantasmas não envelhecem?

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Uma lânguida satisfação tomou conta de Edinaldo quando soube que o primeiro namorado de sua mulher havia morrido, não sabia de quê, bastava que estivesse bem morto e enterrado, pois, quem sabe, assim ele deixaria de atormentar seus sonhos, quando aparecia com aquele sorrisinho odioso de superioridade, como se estivesse pensando: eu cheguei antes.  Edinaldo acordava ansioso, suado e irritado e gastava um bom tempo do dia seguinte se convencendo de que sua mulher o amava, pois sempre fora uma esposa dedicada e carinhosa, tiveram quatro filhos, agora já crescidos, e rarissimamente o nome, Magno, do primeiro namorado surgira em conversas na sua casa. Depois daqueles pesadelos, Edinaldo se esforçava para melhorar seu humor, martirizado por ideias recorrentes e incoercíveis contaminadas pela dúvida sobre os pensamentos de sua mulher nas horas mais íntimas. Quando tudo retornava ao normal, eis que surge novamente o Magno para azedar sua vida e o que mais incomodava Edinaldo é que nos son

Por OUTRA POLÍTICA

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Se você está desiludido com a política atual, terá uma oportunidade de começar a mudar esta situação.  Vamos criar OUTRA POLÍTICA! Veja no link abaixo mais detalhes. http://outraspalavras.net/brasil/um-encontro-por-outra-politica/ Estou nessa! Vamos?

Lembrar para sermos melhores

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Ontem fui à Escola Municipal Anne Frank  (cujo nome atende a um pedido da família do pediatra judeu  Marx Golgher , que doou terrenos para a construção de escolas municipais), no bairro Confisco. Estive lá por duas horas para conversar com cerca de 70 crianças de seis anos sobre alguns livros que publiquei para o público infantil, especialmente “ As gêmeas que ficaram diferentes ”.  O convite da escola aconteceu por intermédio da Andrea Cristina, Coordenadora Pedagógica, há alguns meses para que eu fizesse um desenho representando Anne Frank, o que atendi de imediato e assim que as crianças viram a caricatura (acima) elas a denominara m de “guerreira”. O projeto vem sendo realizado pelas professoras Flávia Cristina Ximenes Silva, Tonia Kelley de Souza Botas, Vera Lucia Ferreira Silva, Eliane Pereira Lima,  Sandra Mara de Oliveira Vicente (diretora),  Lucilaura Simões (vice), assim como a  Andréa Cristina Ferreira de Almeida (coordenadora). Fiquei emocionado  ao ser recebido 

Rio amargo

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Estas águas turvas que chegam à foz, Como todos os rios no curso inevitável da entropia, Trazem partículas de lembranças ferrosas de Itabira, Folhas secas dos buritis das veredas de Cordisburgo, Traços das maluquices dos meninos de Caratinga, E sangue das graúnas hemofílicas do Ribeirão das Neves. Em meio a tantos resíduos, Antes que tudo se desfaça no mar, Ainda existiria algum fragmento do brinquedo Que deixei cair nas águas do rio Lambari?

Sou contra a PEC 181 porque o corpo das mulheres a elas pertence

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IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII

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O pão de queijo que o diabo amassou

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Damasceno e seus dois irmãos mais novos herdaram um pequeno sítio nas franjas da Serra da Campanha e criavam algumas poucas vacas, porcos, galinhas, patos, uma égua branca e um grupo de quatis que desciam da mata próxima para fuçar os restos da ração dos animais domésticos e acabaram por se tornar habitantes permanentes da propriedade, além de passarinhos e aves maiores, como pombas, gaviões e saracuras. Havia também um pouco de arroz, de feijão, milho, cana, uns pés de café, umas fileiras de verduras e folhas na horta.  A habilidosa mulher de Damasceno transformava em sobremesas e potes de conservas a fartura de um pomar com laranja, manga, abacate, mexerica, jabuticaba, pitanga, goiaba, mamão e limão. De vez em quando, uma tilápia fisgada no pequeno açude, que se formara pelo represamento de uma nascente da água translúcida que descia da serra, completava o sustento e a vida pacata de Damasceno, sua mulher, duas filhas e seus dois irmãos. Damasceno e sua família trabalhavam co

Aforismos

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Numa antiga fazenda nas proximidades dum lugar chamado Criminosos, entre Jesuânia e Carmo de Minas, havia um grupo de pessoas que falavam quase um dialeto, aparentados todos eles entre si, talvez portadores de alguma alteração auditiva que permitia que eles escutassem as palavras, mas as compreendessem de forma distorcida.  Conheci aquela boa gente quando era menino e acompanhava meu pai em seus atendimentos médicos, e eu passava horas em rodas de conversa em torno de um fogão de lenha e um bule de café, à espera de um parto mais demorado no quarto ao lado iluminado por lamparinas a querosene. Eu não entendia tudo o que eles conversavam, mas registrei num bloco de receitas de meu pai algumas frases que fizeram sentido para mim no contexto da conversa, para as quais eu reconhecia os provérbios originais, assim como outras que ao longo dos anos tenho procurado decifrar sua transformação de sons e sentidos. “Nem rico, nem rouco”, disse uma vez um deles, dando a entender que não cons
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Finados

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Perdidos e achados

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Achado numa pasta na qual eu procurava outra coisa.