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Mostrando postagens de dezembro, 2016

O tempo é nossa matéria prima fundamental

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Há duas semanas participei de um seminário intitulado a “Práticas médicas: o encontro do ontem e do hoje com o amanhã” promovido pela CASU (Caixa de Assistência à Saúde da Universidade), durante o qual médicos e professores falaram sobre as dificuldades enfrentadas pela prática da medicina nos tempos atuais. Minha participação no evento se deu na forma da apresentação de diversos cartuns (a maioria dos quais já publicados nos últimos 40 anos) relacionados à Medicina. Comecei pelo cartum acima, de 2011, uma paródia de uma pintura famosa “The Doctor”, uma obra de arte especialmente apreciada entre os médicos de várias gerações (abaixo). Meu cartum toca na questão da complexidade do tempo, os tempos próprios de cada pessoa que são marcados pelas suas memórias e emoções e os tempos diferentes nas relações entre as pessoas, como entre o médico e o paciente. A maneira como medimos e percebemos o tempo varia conforme as épocas (por exemplo, o relógio com minutos e segundos e o horário mundi

SAFE-SE

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O policial aproxima-se com o scanner apontado na minha direção e parece surpreso por não ver surgir na sua tela a minha identidade, ao contrário, um alerta indica que sou um indivíduo sem o antropochip, praticamente uma raridade na vida daquele profissional, apesar dele ter sido instruído sobre a existência de uns marginais que se recusam a implantar o chip de segurança sob o couro cabeludo. Diante do imprevisto, o soldado aumenta o tom de voz ao solicitar meu cartão de identificação universal, o documento anterior que fora substituído pelo minúsculo processador implantado em onze bilhões de pessoas depois que uma organização terrorista do ex-Curdistão assassinara um presidente norte-americano, morto numa banheira de hidromassagem que fora sabotada por uma mulher infiltrada entre as prostitutas contratadas e que teria sido estuprada por ele quando adolescente. O policial leva a mão ao coldre ao ouvir que não estou de posse do cartão universal, que devo ter esquecido em alguma parte,

Trans verso

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A faca que atingiu o menino Travestido de menina Cortou apenas a lona,  Imagem em esmalte e purpurina, Mas feriu a liberdade,  Ainda que mínima, Dele agressor mesmo, Estúpida cega lâmina. Várias fotos de adolescentes vestidos de forma ambígua expostas no Parque Lagoa do Nado dentro do projeto Transversal foram vandalizadas nesta semana. Vários painéis abordando o racismo foram também maltratados.  Abaixo outros painéis vandalizados e alguns poucos que escaparam à violência homofóbica e à agressão a obras de arte e ao patrimônio público.
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Crises? Veja a data.

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Selfie

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Da série: Crises passam...e voltam.

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Publicado no Diário Popular de São Paulo em dezembro de 1996.

Oração de Natal

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Preste atenção na data da publicação no Diário Popular de São Paulo. Tá vendo? Crises passam. E voltam.

Doação ou compra antecipada?

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Não, não estou falando do Caixa 2 nas campanhas eleitorais, mas do livro que desenhei junto com minha neta ALICE, que você compra antecipadamente e recebe o exemplar em casa assim que a edição ficar pronta (fevereiro 2017)! O livro ganhou o selo de “Pedagogicamente Responsável” para crianças! Basta clicar aqui www.infanciar.juntos.com.vc e você escolhe a forma de contribuir para a edição, cartão ou boleto. Caso nossa meta não seja atingida até fevereiro (estamos em 29% e ainda faltam 50 dias) você receberá seu dinheiro de volta! Para cada exemplar que você comprar, a editora EDUCORE doará outro para uma escola ou biblioteca pública ou instituição carente. Além disso, de acordo com o número de exemplares adquiridos, você receberá recompensas que vão de caricaturas pessoais até uma oficina de desenho conosco. Venha fazer parte deste financiamento coletivo! Abraço grato, Lor 

Bem-vindos à uberlândia

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Decidi sair da rodovia na primeira oportunidade quando minha cólica abdominal se transformou numa urgência por um vaso sanitário. Desliguei o rádio, onde o noticiário comentava a última decisão do governo de flexibilizar as relações entre patrões e empregados, legalizando a partir de agora qualquer tipo de regime de trabalho, para prestar toda atenção numa placa que indicasse um posto ou restaurante e na primeira delas enveredei por uma pequena estrada sem prestar muita atenção no nome da cidade que ela indicava, zonzo que estava pelo mal-estar físico que já incluía calafrios.  No primeiro posto de combustíveis desci do carro em correria, passei pela mulher no caixa da lanchonete que tentou falar algo comigo e tentei inutilmente abrir a porta do banheiro masculino, onde havia uma placa solicitando que introduzisse meu cartão de crédito. Depois da senha digitada a porta se abriu e eu permaneci dentro do ambiente de azulejos brancos e peças de aço inoxidável por longos minutos de ago

Dá para voltar para casa, guria?

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Depois de amanhã a PEC 55, aquela que reduzirá o tamanho do estado social brasileiro, será Lei.  Foi dado mais um passo da liberalização da economia no sentido de serem retiradas as poucas e frágeis rédeas do estado sobre a besta voraz do capitalismo, uma fase da humanidade que está ocorrendo em vários países. No Brasil, a redução dos investimentos públicos em saúde, educação e previdência, que já são insuficientes e ineficazes, abrirão as portas para as empresas privadas ocuparem estes espaços do mercado e explorarem seu grande potencial de lucros. A flexibilização das leis trabalhistas, leia-se uberização de todas as profissões, permitirá a desvalorização da mão de obra, o aumento da pressão do exército de desempregados sobre os poucos postos de trabalho, reduzindo salários e aumentando lucros. A reforma da previdência promoverá uma série de injustiças ao aumentar a idade mínima para homens e mulheres da mesma forma, desconsiderando as diferenças entre a jornada dupla de trab

Os novos canibais

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Passei esta noite atormentado por duas notícias trágicas que me chegaram casualmente pelo celular: a descoberta de outra quadrilha internacional de traficantes de órgãos e o desaparecimento da filha de dez anos do amigo de um amigo meu. Fui para a cama sem coragem para comentar estes fatos com minha família, na esperança de dormir e superar a tristeza pela existência de tais crimes hediondos, na verdade vários crimes conectados entre si pela cadeia cruel da desigualdade social. De um lado, pessoas ricas o suficiente para comprarem órgãos de pessoas pobres, seja “voluntariamente”, como acontece com pessoas pressionadas por seu extremo grau de pobreza que aceitam vender um rim, por exemplo, ou à força, como é óbvio no caso do caminhão encontrado pela polícia mexicana com corpos de crianças que foram usadas como fonte deste comércio macabro. Como é possível tamanho grau de violência e crueldade? Como é possível que seres humanos se apropriem de partes dos corpos de outras pessoas, as qu

Terroristas do Estado Mínimo

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Sem palavra

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O militante

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Tive a impressão de conhecer aquele rosto que me aguardava com ar apreensivo na sala de espera e que antecipou suas desculpas assim que entrou em meu consultório: sei que não é sua especialidade, mas eu precisava falar com um médico mais ou menos da minha idade, alguém que tenha vivido as últimas épocas. Depois de sentado, acrescentou que me conhecera de vista numa determinada situação política que não localizei na memória imediata e disse que nas últimas cinco décadas havia acompanhado de perto a maioria dos acontecimentos no país, tendo participado da resistência à ditadura militar, do movimento pelas eleições diretas, das passeatas pelo impeachment do primeiro presidente eleito... pelo voto! - Fez uma pausa com expressão de desânimo. Enfim, - continuou, tenho sido uma pessoa bem informada, vejo os telejornais, sou atento, leio jornais regularmente, alguns livros de opinião e até andei fazendo umas incursões na filosofia básica. Talvez percebendo minha expectativa para que ele fala

As gêmeas que ficaram diferentes!

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Alice, minha neta, e eu convidamos você que acompanha este blog para participar da publicação de um livro que criamos juntos e Alice ilustrou. O livro chama-se “As gêmeas que ficaram diferentes”. É uma história interessante e divertida na qual as crianças acabam compreendendo melhor como a cultura e a genética se unem no desenvolvimento humano. O livro ganhou o selo “Pedagogicamente Responsável” da Editora Educore. Veja como é simples e seguro participar. No site da Editora Educore você compra o livro antecipadamente (com cartão de crédito ou boleto). Clique aqui para entrar no site : http://infanciar.juntos.com.vc/pt Em dois meses (ou antes), quando atingirmos o custo editorial, você receberá em sua casa o livro e a recompensa que escolheu (veja no site as diversas recompensas). Para cada livro comprado, um outro exemplar será doado a uma escola ou instituição educacional carente. Você estará ajudando estas crianças com a sua participação. Caso nossa meta não seja atendida, (o que

Lítio

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Acordei com o leve sinal vibratório do Body Personal Fitness (BPF) sobre meu pulso indicando a hora e meus sinais vitais, todos em ordem, exceto por pequena insuficiência dos níveis de lítio na circulação, o que poderia ser corrigido durante o café da manhã com a ingestão do iogurte A-bipo já disponível no refrigerador. Uma breve sensação de tédio perpassou os momentos nos quais o ponto eletrônico com minha própria voz enumerava na orelha esquerda as principais atividades daquele dia, tranquilizando-me ao dizer que cada um dos itens da agenda seria relembrado alguns minutos antes da sua realização para permitir os ajustes adequados para cada tarefa. A primeira delas era autorizar que a Central de Comportamentos enviasse duas mensagens de agradecimento, uma geral, às pessoas que me cumprimentaram eletronicamente pelos meus 105 anos completados ontem, e outra especial e mais personalizada, a ser enviada a uma dúzia de parentes e amigos que vieram até o meeting point da empresa para um

Sobre as manifestações do dia 04 e dia 13 de dezembro

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Esclarecimento das frentes populares: “As Frentes não apoiam e nem participarão da manifestação convocada pelo Vem Pra Rua, um grupo de direita, golpista, que utiliza de forma demagógica e oportunista o suposto combate à corrupção. Financiado por organizações e partidos conservadores e instituições estrangeiras que objetivam impor ao Brasil o receituário neoliberal, eles são os mesmos que foram às ruas para defender o golpe, apoiar Eduardo Cunha e a perseguição política seletiva do Juiz Sérgio Moro, agente do imperialismo norte americano e das forças reacionárias internas. No dia 04/12 estarão nas ruas aqueles que defendem que juízes e procuradores tenham plena liberdade para perseguirem quem desejar - seus alvos são predominantemente a esquerda e os movimentos sociais -, e que fiquem impunes quando comentem crimes. Não compactuamos com a tese de quem votou a favor da emenda do abuso de autoridade seja caracterizado como a favor da corrupção e muito menos de que quem votou con